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AS PRINCIPAIS RAZÕES DO AUMENTO DA SELIC PARA 13,0%

Entre os dias 22 e 23 de julho deste ano de 2008, o Comitê de Política Monetária se reuniu para definir a taxa de juros básica (SELIC) da economia brasileira para os próximos 45 dias. Nesta semana, foi divulgada a Ata dessa reunião na qual são descritas as razões pelas quais a taxa SELIC foi aumentada em 0,75 ponto percentual. Abaixo descrevo os pontos principais discutidos nessa reunião extraídos da Ata.

Uma das comparações que foi feita é a relação do aumento dos preços livres com os administrados. Os preços livres no período de julho de 2007 a junho de 2008 aumentaram 7,98% enquanto que os preços administrados aumentaram 1,77% nesse mesmo período. No período de julho de 2006 a junho de 2007, esses preços aumentaram 4,10% e 2,78%, respectivamente. Nos doze meses terminados em junho de 2008, os preços de produtos alimentares “in natura” e de serviços aumentaram 8,16%, evidenciando, segundo o Comitê, influência da demanda interna sobre os preços.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido nos doze meses terminados em junho de 2008 foi 6,06% enquanto que nos doze meses terminados em junho de 2007 foi de 3,69%, o que indica que teve um aumento bastante significativo e está muito próximo da margem superior da meta que é de 6,5%. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) nos doze meses terminados em junho de 2007 foi de 13,96% enquanto que nos doze meses terminados em junho de 2007 esse índice foi de 3,96%. Esse aumento tão grande foi influenciado pelos preços no atacado. Segundo o comitê, para essa inflação ser passada para os consumidores finais dependerá da situação atual e expectativa em termos facilidade da demanda, ou seja depende dos juros vigentes na economia.

O crescimento da economia está mostrando uma tendência para se manter, apesar de algumas turbulências na economia mundial, com forte crescimento no setor de produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis. Apesar de nos últimos meses a produção desses bens tem dado uma diminuída, mas isto se deve mais à capacidade de produção da indústria, apesar do aumento das importações, duque a um esfriamento da economia.

Houve um pequeno recuo nas taxas de desemprego em maio, pelos dados dessazonalizados pelo Banco Central foi de 7,6%, a menor desde o início da série histórica, iniciada em 2002. Neste seis primeiros meses de 2008 foram gerados 1.361.400 empregos o que leva a concluir que o mercado de trabalho está aquecido.

Em maio último, o nível de utilização da capacidade instalada nas indústrias de transformação atingiu 82,7%, em novembro de 2007, por exemplo estava me 82,97%, o que evidenciar uma certa instabilidade. Entretanto, o incremento de bens de capital nos últimos doze meses tem sido muito forte, com um aumento das importações desses bens em 34,0% em volume e acréscimo na sua produção interna de 16,3% no mesmo período.

Quanto à balança comercial, está mostrando uma tendência de deterioração. O seu saldo acumulado nos doze meses terminados em junho de 2008 foi de R$ 30,8 bilhões, cerca de 32,2% inferior ao verificado nos doze meses terminados em junho de 2007. o saldo apresentado foi o resultado de R$ 178,1 bilhões de importações e R$ 147,3 bilhões de importações, com crescimento de 18,7% e 43,7%, respectivamente, em comparação ao período de doze meses terminados em junho de 2007.

Quanto ao setor externo, o Comitê concluiu que a “percepção de risco sistêmico voltou a aumentar nas últimas semanas, à medida que os problemas financeiros vêm sendo agravados por uma deterioração cíclica na qualidade do crédito, o que tende a reforçar a contração das condições financeiras e, por conseguinte, o risco de intensificação da desaceleração”. Para as economias centrais (as mais ricas), a tendência é que neste ano de 2008 tenham crescimento muito baixo e as economias emergentes continuarão a ter um crescimento vigoroso como vem ocorrendo há alguns anos. Os preços dos combustíveis têm se mantido a preços extremamente altos, os maiores da história.

Apesar de quase todo petróleo consumido no Brasil ser oriundo da produção interna (a importação é basicamente de petróleo fino), o aumento dos combustíveis pode afetar os preços de muitos insumos da cadeia produtiva, como da indústria petroquímica.

Esses foram os motivos principais pelos quais o Comitê, por unanimidade, resolver elevar a taxa SELIC para 13,0% ao ano que ficará vigente até 09 de setembro de 2008, quando o Comitê irá se reunir para discutir e analisar a situação e as condições da economia objetivando deixar as inflação no Brasil medida pelo IPCA dento da meta que é de 4,5% em 2008 com dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,0% e 6,5% ao ano.

Comentários

  1. Obrigada por visitar meu blog.Estou lendo o seu.gostei muito.um abraço
    http://surpresasdajosy.blogspot.com/

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  2. Nossa como teu blog é très chic! Fiquei até envergonhada, embora o teu seja assunto mais técnico, especifico sobre economia e o meu um blog mais despretencioso, mesmo assim me senti humilhada...ehhehe

    beijos e vo entrar sempre aqui, posso?

    karen

    ResponderExcluir
  3. Olá Francisco Castro,
    Achei que escrevia só para mim...rsrs.
    Bem, com sua permissão irei add seu blog na minha lista de favoritos.
    Obrigada por ter o "gosto" dentro de vc e por ter este 'gosto' acaba atingindo uma das minhas partes.
    Um abraço.

    ResponderExcluir
  4. oi...retribuindo o comentário...ao meu blog.
    obrigada..
    seu blog também é muito legal..
    um abraço!!

    Bom finds!

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