Pular para o conteúdo principal

A DÍVIDA PÚBLICA DO GOVERNO FEDERAL NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008

Nesta semana o Banco Central (BC) divulgou o Relatório da Dívida Pública Federal (DPF) correspondente ao mês de junho de 2008. Nesse relatório o BC descreve os principais indicadores da dívida do governo federal. Como por exemplo, os prazos médios de vencimento dos títulos, a composição da dívida em termos de índice aos quais a dívida é remunerada para os seus credores, o custo da dívida, etc.

O valor total da DPF ao final de junho de 2008 era de R$ 1,34 trilhão. Deste valor, R$ 1,24 trilhão é referente à Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFI). A Dívida Pública Federal Externa (DPFE) nesse mês tinha um valor de R$ 96,1 bilhões. Sendo que desse valor total da DPFE, R$ 74,14 bilhões correspondem á dívida em títulos (mobiliária) e R$ 21,97 bilhões correspondem à dívida contratual (contratos com organismos multilaterais, credores privados e agências governamentais internacionais).

Em termos percentuais, a DPMFI corresponde a 92,85% da DPF e a DPFE correspondendo a 7,15% do total. A composição da dívida do governo federal ao final de junho estava da seguinte forma, em termos de indexador com relação à DPF:

DMFI – Prefixados: 32, 28%; Índice de preços: 25,90%; SELIC: 31,99%; Câmbio: 0,77% e TR: 1,90%. DPFE – Dólar: 5,38%; Euro: 0,90%; Real: 0,81% e Outros: 0,07%.

Quanto ao perfil da dívida (prazos de vencimentos), os títulos que vencem em 12 meses correspondem 25,85%, os que vencem entre um e dois anos correspondem 23,54%, os que vencem entre dois e três anos correspondem a 14,34%, o que vencem entre três e quatro anos correspondem a 7,58%, os que vencem entre quatro e cinco anos correspondem a 7,73% e acima de cinco anos correspondem a 20,96% dos títulos da DPF.

O prazo médio de vencimento da DPF ao final de junho era de 41,28 meses. A DPMFI tinha um prazo médio de 39,07 meses, enquanto que o prazo médio da DPFE tinha um prazo médio de 70 meses.

O custo médio da DPF em doze meses ao final de junho era de 13,02%, com tendência a aumentar em razão das últimas variações positivas da taxa SELIC. O custo anual da DPMFI em poder do público em junho era de 14,45%, com um acréscimo de quase dois pontos percentuais em relação à dezembro de 2007. Vale ressaltar que os principais fatores que levaram a esse aumento nos custos da DPMFI em poder do público foram os aumentos na SELIC e no IGP-M ocorridos nos últimos meses.

No mercado secundário (onde são negociados os títulos que o governo vende ao mercado), em junho foram negociados cerca de R$ 12 bilhões. Nesses negócios, cerca de 55% foram em títulos prefixados e os títulos remunerados pela SELIC corresponderam a 32,08%.

Deve-se levar em consideração que o valor da dívida mencionada acima é a dívida bruta, o total de todas as dívidas do governo federal, mas se considerarmos os haveres que o governo possui como as reservas do Banco Central entre outros tipos de ativos financeiros chega-se a uma dívida do governo federal em R$ 786,9 bilhões.

Vale salientar que, obviamente, o custo da dívida está relacionado à dívida total (bruta), e não somente à dívida líquida porque a maioria da composição da dívida pública está atrelada a algum tipo de remuneração para quem é credor. A maior composição da DPF que não custo direto para o governo é a base monetária, que apesar de fazer parte da dívida federal o governo não paga nenhum tipo de rendimento.

Os conceitos de dívida que foram descritos acima referem-se às dívidas do âmbito do governo federal, para a dívida pública do setor público é necessário incluir as dívidas dos governos estaduais, do distrito federal e dos municípios, o que será feito daqui há alguns dias.

Comentários

  1. Olá Francisco! Obrigada pela visita em meu blog. Seu Blog é muito útil e é sempre bom nos mantermos em dia com os problemas sócio-economicos do país, que sofre tanta controvérsia devido a diversificação de culturas e regiões. Coloquei seu link na página de endereços do meu Site e mando o link para voce verificar se está postado certo.
    Abraços.

    http://www.alegriadeviver.net/links.html

    ResponderExcluir
  2. Olá Francisco!
    Fico feliz que tenha gostado da minha página...
    Gostei muito do teu blog, bem esclarecedor para a área de economia...parabéns! e sucesso!
    Abraço.
    Thaís.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

humorista Marcelo Adnet mostra que a maioria das pessoas que condenam a corrupção é corrupta

Você abomina corrupção, certo? Mas será que nunca furou fila no banco, estacionou em vaga de deficiente, não devolveu o dinheiro do troco errado que recebeu, ‘molhou’ a mão de agentes de trânsito para não ser multado, falsificou uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada ou fez um retorno na contramão? São esses episódios do dia a dia do brasileiro que o humorista Marcelo Adnet aborda no Musical do  Jeitinho Brasileiro  ( assista ao vídeo completo aqui ), um dos esquetes exibidos na Rede Globo nesta terça-feira (19), na estreia da nova temporada do programa  Tá No Ar, programa capitaneado pelo próprio Adnet. “Eu deixo uma cerveja [propina] que é pra não pagar fiança. É a vida: corrompida e corrompida”, diz o início da música – uma versão de  O Que é, o Que é,  de Gonzaguinha. “A lei diz que, quando entrar um idoso tenho que levantar. Mas finjo que não vejo a velhinha, fecho o olho e dou aquela dormidinha”, diz outro trecho da esquete...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

UM NATAL PARA TODOS NÓS

Segundo a crença de bilhões de cristãos e não-cristãos, há 2.008 anos nasceu um Menino que viria para libertar a humanidade de toda opressão, angústia, morte e de todo pecado. Jesus nasceu no meio dos mais pobres e humildes e entre os animais para ser o Rei. Este Rei Todo Poderoso, seria acima de tudo, o Rei da bondade, do perdão, do amor, da união, da humildade e da misericórdia. Jesus nasceu para ser o Caminho, a Verdade e a Vida. Nele encontramos o caminho para nossa liberdade, a verdade em tudo que ele falou e pregou às mais diversas platéias e a vida, a vida eterna. Na vida eterna não terá sofrimento, maldade de qualquer espécie, onde o respeito impera entre todos, será uma vida de felicidades, amor, alegrias e de todas as coisas boas que não terão fim. Nos dias atuais, onde muitos não respeitam o seu semelhante, não respeitam o direito do outro e se acham no direito sem de fato tê-lo, a presença de Jesus é muito importante. Muitas pessoas talvez digam que a maldade, o pr...