Por Tereza Cruvinel, no 247 No dia em que o Copom reduziu a taxa Selic para 9,75%, o aplauso dos empresários do setor produtivo foi um muchocho: podiam ter cortado mais, disseram em coro. Eles apoiaram o impeachment, abraçaram Temer e sua agenda de reformas. Como o estouro do caso JBS, alguns flertaram com sua troca por Rodrigo Maia mas recuaram: ruim com ele, pior sem ele, chega de turbulência. Agora, porém, crescem os sinais de insatisfação do setor produtivo com um governo que não trouxe estabilidade política nem crescimento, aprofundou a recessão, agora aumentou impostos e enfrenta um descomunal desajuste fiscal. Dirigentes que apoiaram decididamente o impeachment, como Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Robson Andrade, presidente da CNI, reagiram com desdém ao corte de um ponto percentual na Selic, recolocando-a no patamar de um dígito. "O BC está com a preocupação errada. A inflação está sob controle. O que o Br...