Pular para o conteúdo principal

O jornal The New York Times publica editorial condenando duramente os pedido de impeachment da presidenta Dilma

Por Miguel do Rosário, do Cafezinho
New York Times acaba de publicar um duro editorial contra o impeachment da presidenta Dilma!
Em outras palavras, um editorial contra o golpe.
O editorial repete os argumentos da blogosfera e do campo progressista e popular, de que um golpe causaria sérios danos à democracia no país, levando a um período de instabilidade por tempo indeterminado.
Não que eu dê bola ao que pensa o New York Times. Ao contrário, tenho consciência das armadilhas enormes por trás desses elogios da imprensa americana.
Mas o pensamento conservador brasileiro tem profundo respeito pelo que pensa o maior jornal dos Estados Unidos, não?
Tradução de um trecho:
"Ela [Dilma] não fez - o que é admirável - nenhum esforço para constranger ou influenciar as investigações. Ao contrário, ela tem consistentemente enfatizado que ninguém está acima da lei, e apoiou a renovação da gestão do atual procurador-geral da república, encarregado das investigações sobre a Petrobrás, Rodrigo Janot.
Até o momento, as investigações não encontraram nenhuma evidência de ações ilegais de sua parte. E enquanto ela é, sem dúvida, responsável por políticas e erros que produziram problemas econômicos, não há nada que justifique o impeachment. Derrubar Dilma sem evidências concretas de corrupção causaria sérios danos à democracia que vem ganhando força nos últimos 30 anos, sem nenhuma contrapartida. E não há nada que sugira que nenhum dos líderes políticos que querem lhe tomar o lugar faria melhor do que ela em termos de política econômica".
*
Agora está explicado porque a Globo e a grande mídia em geral recuaram do apoio ao golpe.
O Tio Sam mandou parar com a palhaçada.
Os EUA tem dezenas de bilhões de dólares investidos no Brasil.
Sabem que uma aventura golpista iria lhes fazer perder dinheiro.
Falta só avisar aos coxinhas psicóticos que desfilaram nas ruas com faixas em inglês.
A última frase do editorial, que fala sobre a falta de competência e moral na oposição, é um recado duro e sarcástico contra FHC e o PSDB, que se tornaram ainda mais histéricos e desequilibrados após as malogradas manifestações do último domingo.
O governo que mais combateu e combate a corrupção em toda a nossa história, é o de Dilma Rousseff.
Se as conspirações midiático-judiciais não transformarem essas investigações em surtos alienistas para prender metade do país, paralisar a economia e promover a seletividade política penal, então Dilma terá um excelente legado para mostrar.
***
Brazil’s Rising Turbulence
By THE EDITORIAL BOARD
AUG. 17, 2015

Brazil is in tatters. The economy is in a deepening recession: Last Tuesday, Moody’s downgraded Brazil’s credit rating to just about junk. A massive corruption scandal involving the national oil company Petrobras has ensnared scores of politicians and businessmen. The legislature is in revolt. President Dilma Rousseff’s popularity rating, less than a year after her re-election, is down to one digit, and nationwide protests on Sunday reverberated with calls for her impeachment.
In all this turbulence, it is easy to miss the good news: the fortitude of Brazil’s democratic institutions. In pursuing bribery at Petrobras, federal prosecutors from a special anticorruption unit of the Public Ministry have not been deterred by rank or power, dealing a blow to the entrenched culture of immunity among government and business elites. Former Petrobras executives have been arrested; the wealthy chief executive of the construction giant Odebrecht, Marcelo Odebrecht, is under arrest; the admiral who oversaw Brazil’s secret nuclear program has been arrested, and many others face scrutiny, including Ms. Rousseff’s predecessor and mentor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Though the investigations have created huge political problems for Ms. Rousseff and have raised questions about her seven-year tenure as the chairwoman of Petrobras, before she became president, she has admirably made no effort to constrain or influence the investigations. On the contrary, she has consistently emphasized that no one is above the law, and has supported a new term for the prosecutor general in charge of the Petrobras probe, Rodrigo Janot.
So far, the investigations have found no evidence of illegal actions on her part. And while she is no doubt responsible for policies and much of the mismanagement that have laid Brazil’s economy low, these are not impeachable offenses. Forcing Ms. Rousseff out of office without any concrete evidence of wrongdoing would do serious damage to a democracy that has been gaining strength for 30 years without any balancing benefit. And there is nothing to suggest that any leaders in the wings would do a better job with the economy.
There is no question that Brazilians are facing tough and frustrating times, and things are likely to get worse before they get better. Ms. Rousseff is also in for a lot more trouble and criticism. But the solution must not be to undermine the democratic institutions that are ultimately the guarantors of stability, credibility and honest government.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

Veja em que trabalha e quanto ganha a filha da presidente Dilma Rousseff

Paula Rousseff desfila com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato em 1º de janeiro Marcelo Camargo/Agência Brasil Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Sul em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20 e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do MPT evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento linha dura conhecido da mãe. “Ela tem fama de ser uma procuradora muito comp...