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O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que o atual sistema político brasileiro leva à corrupção

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, comentou sobre a reforma política, votada pela primeira vez na Câmara dos Deputados nessa semana. Para o petista, infelizmente, o que aconteceu e ainda está acontecendo no Congresso Nacional, infelizmente, era previsto pelo PT.
“Trata-se de uma contra reforma política e que deixa cada vez mais nítida que é necessário que no país, para que se tenha de fato uma reforma política, seja convocada uma assembleia constituinte exclusiva para que os representantes eleitos possam modificar este sistema eleitoral podre, corrupto, que tanto prejuízo causou, inclusive ao próprio PT”, afirmou o dirigente, na etapa estadual do 5º Congresso de líderes do Partido dos Trabalhadores (PT), no Ceará.
Segundo o petista, os governos são passageiros, mas o PT tem um projeto de uma dimensão maior, que não se esgota em quatro anos, nem em oito anos, “mas que é construído com a população pelo debate de ideias e pela construção de hegemonia na sociedade, que preserva o ambiente, que transforma a competição em cooperação, que acabe com todas as formas de exploração e preconceito". "É essa sociedade que a gente vislumbra”, acrescentou.
Em seu pronunciamento, o dirigente afirmou que "é preciso enfrentar com coragem e humildade os desafios atuais, como sempre fomos capazes de fazer ao longo da nossa caminhada de 35 anos". "Essa reflexão interna que a gente faz precisa ser compartilhada com a população. Com os milhões de brasileiros que acreditam na luta por uma sociedade mais justa, mais livre, mais igualitária. O que está em jogo nesse momento não é só a história ou a imagem do partido, mas do desejo que nosso país tem de continuar avançando no projeto de um movimento soberano e sustentável”.
'Distritão liquida partidos'
Ao comentar sobre a rejeição da Câmara Federal ao voto "distritão", o presidente do PT disse que este tipo de votação seria capaz de liquidar com os partidos políticos e criar um congresso de celebridades e não de pessoas comprometidas. Foi uma vitória para o governo. “Nós fizemos uma pressão no Congresso quando dissemos que o partido não aceitará recursos de empresas privadas. Nós achamos que é preciso continuar debatendo com a votação na Câmara e no Senado. Se isso acontecer os candidatos dependerão dos empresários para financiar as campanhas”.
Em relação ao tipo de financiamento de campanha, Falcão ressaltou que o PT defende há muito tempo o financiamento público. Segundo ele, PT praticou nos últimos anos o que a legislação autoriza". "Recebemos contribuições de empresas dentro da lei. Todas através de transações bancárias e declaradas à justiça. E agora a oposição tenta dizer que as doações são propinas, mas as doações deles, não", disse. "Enquanto o financiamento público não se viabiliza nós temos ousado recursarmos as doações de empresas para a sustentação de nossos diretórios”, disse.
“Sabemos que só vale a pena fazermos política de cabeça erguida e isso implica romper com a prática que a população já condenou. Implica também revitalizar a contribuição voluntária individual dos filiados, simpatizantes e amigos do partido, retomando parte do estatuto”.
'Nada de pessimismo'
Falcão disse que é necessário reverter o clima de mal humor que se instalou na sociedade. “Nada de cabeça baixa, nada de pessimismo. Já ouvi comentários de que vamos sofrer derrota nas eleições de 2016. Mas isso não está escrito em lugar nenhum. Eles não conhecem o PT. Eles não sabem da nossa vitalidade, da nossa capacidade. Não dá para fazer previsão de eleição antes de contar os votos. Vamos mudar o PT para continuar mudando o Brasil”.
O dirigente também comentou sobre o desempenho da economia. "Nós tivemos uma queda de 0,2 no PIB nesse primeiro trimestre em relação ao mesmo período anterior. Houve, pela primeira vez, desde 2003, queda nas contas da população de 1.5 %. Houve crescimento localizado da taxa de desemprego, mas preocupante. São efeitos da crise mundial que se abateu no Brasil, mas também é um efeito de algumas correções que nós cometemos. Fizemos desonerações excessivas, abrimos mão de receita para manter a taxa de emprego”.
O petista criticou o PL 4330, que permite a terceirização de todas as atividades de uma empresa. "Nós temos apontado também que mais do que cortar despesas, mais do que fazer ajustes é necessário que a gente faça o ajuste recair sobre aqueles que tem condições de arcar com os custos, os grandes banqueiros, empresários, aqueles que mandam dinheiro para o HSBC, os envolvidos na operação Zelotes, que lesaram o imposto de renda. São a eles que devem ser ajustadas as contas públicas".
O documento final do 5º Congresso do PT pretende encaminhar ao governo sugestões para potencializar o crescimento da economia, com bem estar social, com melhoria da qualidade de vida, do meio ambiente e que essas medidas possam estar compondo coisas estruturantes no país. “Não há nenhuma fatalidade que obrigue povos ou governos a capitularem diante das pressões do mercado. É preciso ter coragem política e isso a nossa presidente Dilma Rousseff tem de sobra. Nossos governos dialogam”.
O encontro nacional do PT será entre os dias 11 a 13 de junho, em Salvador na Bahia.
Do 247

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