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A maior arma do concurseiro é a disciplina, se preparar de um a três anos

Confesso que em diversos momentos, quando comecei a estudar para concursos públicos, me senti desmotivado e muito desanimado. Cheguei a pensar em desistir e em fazer outras coisas. Mas, por sorte ou por força do destino (e – não posso deixar de mencionar – fiz minha parte), essas fases não duravam muito tempo, e logo eu recomeçava os estudos. Isto é muito importante no ramo dos concursos: não se pode desistir, deve-se aprender a ser sempre capaz de recomeçar.

Eu sempre recomeçava porque desenvolvi o hábito do estudo. Em outro artigo, sugeri uma técnica de base científica para o desenvolvimento de um hábito: A repetição de uma rotina (no caso, a rotina de estudar) durante 21 dias (três semanas sempre no mesmo horário e durante o mesmo período de tempo. Pronto! Criou-se um hábito. Há quem precise de 60 dias para criar o hábito – de estudar, de correr, de ler, de caminhar etc.

Naqueles tempos de árduo estudo, eu procurava me motivar com a possibilidade da aprovação e da consequente melhora de vida – minha e de minha família, afinal, eu sou o mais velho de sete irmãos. De fato, quando vislumbra o alvo, a pessoa consegue fazer enormes sacrifícios para atingir o objetivo. Cheguei a criar o “mural dos sonhos” que ficava a minha frente no local de estudos. Nele anexei fotos do prédio onde queria trabalhar e anotei os benefícios e as vantagens da carreira pública.

Para as pessoas que estão desanimadas, sempre digo e repito: não deixem de estudar. Se já pararam, recomecem o mais rápido possível, pois o cenário para os próximos meses é muito favorável e a “fila” anda. A melhor imagem que tenho de quem resolve se preparar para conquista da carreira pública é de alguém que entrou na “fila”, pegou uma senha, e aguarda a sua vez de ser chamado – de ser nomeado. Quem espera pacientemente atravessa o portão da entrada para o serviço público.

Em meus artigos e em minhas palestras, digo sempre que inteligência não é o maior diferencial em concurso, mas disciplina é tudo. Durante o tempo em que me preparei, percebi que o estudo para fazer uma prova não é semelhante a uma corrida de velocidade, mas, sim, a uma corrida de resistência. De nada adianta passar de um a três meses estudando 15 horas por dia. O conhecimento (para o concurseiro), assim como o condicionamento (para o maratonista), precisa ser adquirido aos poucos, em um longo período de tempo, para ser bem assimilado. Quando se faz um concurso do TCU, com 14 disciplinas e muito texto legal para decorar, percebe-se que é quase impossível adquirir todo esse conhecimento em apenas alguns meses. É por isso que a maior arma do concurseiro é a disciplina, a capacidade de investir em seu objetivo um pouco todos os dias, a disposição para fazer uma preparação de longo prazo – de um a três anos.

O candidato que invoca apenas a brilhante inteligência para passar é justamente aquele que subestima a complexidade das matérias e a importância de sempre revisar os principais pontos dos editais. Na maioria dos casos, é vítima da arrogância e do excesso de autoconfiança. Humildade e paciência são armas poderosas para conquistar uma das vagas oferecidas nos certames.

Para os graduados, um alerta: o estudo para concursos é totalmente diferente do estudo acadêmico. Por isso, ainda que o candidato tenha uma excelente base, no início da preparação ele deve sempre adotar apostilas e livros didáticos dirigidos para concursos.


No mercado existem dois tipos de livros: aqueles que, quando pegos, não dá vontade de largar, e aqueles que, quando largados, não dá vontade de pegar. Fuja das apostilas e dos livros complexos – seu tempo e suas escolhas valem ouro. Com os anos aprendi que uma obra tida por superficial pode ser digna de elogio. Obviamente, não estou sugerindo obras com informações desatualizadas ou erradas, mas material de estudo que contenha apenas o exigido pela banca do concurso para o qual você se prepara. 

Por José Wilson Granjeiro, no Congresso em Foco

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