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A Moody’s diz que o Brasil ganhará pouco por sediar a Copa do Mundo e ainda terá vários custos

O Brasil tem pouco a ganhar sediando a Copa do Mundo, comenta a Moody’s em relatório divulgado hoje. Para a agência de classificação de risco, o torneio serve para dar mais visibilidade ao país e às marcas de empresas patrocinadoras, mas os benefícios em dinheiro provavelmente serão tímidos perto do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

O impulso econômico projetado pelo evento é de R$ 25,2 bilhões. A instituição argumenta que a cifra é pequena não só perto do tamanho da economia brasileira, como da receita anual das companhias envolvidas. Os investimentos pr ojetados representam também pouco ante os gastos com infraestrutura estimados para o país.

“Os 3,6 milhões de turistas esperados para a Copa do Mundo trarão mais faturamento a produtoras de bebidas e alimentos, hotéis e hospedagens em geral, locadoras de veículos, emissoras de televisão e empresas de publicida de”, explicam os analistas Barbara Mattos, Gersan Zurita e Marianna Waltz, que assinam o texto.

Mas despesas e perdas em geral com tráfego lento, multidões e dias de trabalho perdidos vão pesar sobre os negócios, prevê a Moody’s. Então se o impacto esperado na receita é positivo, é possível que a lucratividade dos grupos seja, na verdade, afetada negativamente.

Mesmo assim, a agência acredita que os investimentos em infraestrutura vão beneficiar administradoras de aeroportos, rodovias e terminais portuários. Para a nota soberana do Brasil, ser país-sede exemplo impulsionaria a reputação do governo, mas a instituição argumenta que grande parte dos efeitos já foi, na verdade, sentida.

As companhias que podem ganhar mais com a Copa são, na opinião da Moody’s, a Ambev, que fabrica bebidas; as construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Mendes Júnior Engenharia; a BRF e a Marfrig, de alimentos; a Rede Globo, por conta da audiência nas transmissões e da propaganda envolvida; e, por fim, a Localiza, que aluga automóveis.

Na ponta negativa, a agência elege os setores siderúrgico, de papel e celulose e as mineradoras como as que mais têm chance de perder. “As exportadoras podem sofrer problemas durante os jogos”, afirma o relatório. A petroquímica Braskem foi incluída nessa mesma lista.

O trio de analistas escolhe ainda a Gol Linhas Aéreas como o maior enigma para a Copa. A empresa pode registrar melhora na demanda por seus voos, o que vai elevar as receitas durante o período. Contudo, ao mesmo tempo, a rentabilidade dos negócios pode ficar comprometida.

Por fim, a Moody’s acredita que empresas que cuidam de infraestrutura podem sofrer deterioração em suas finanças, dada a alocação de recursos exigida. As empresas citadas no relatório são a Invepar, participante do consórcio que controla o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), e as elétricas Coelba, Cemig, AES Eletropaulo e Light.

Do Valor

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