Pular para o conteúdo principal

As dificuldades da economia brasileira e de outros países

Vivemos num mundo sob constantes ameaças. A economia tem sido o palco de muitas batalhas ocultas por trás das cortinas. A tendência para a escassez de recursos promove ameaças ainda maiores que já estão se tornando visíveis. O Brasil ficou parado desde a proclamação da República, enquanto americanos e europeus deram passos decisivos para o desenvolvimento. Os asiáticos investem em produção e educação. A entrada do Japão, Coreia e depois a China, revolucionaram o modo de produzir, enfraquecendo a produção da indústria ocidental.

Esperemos que os economistas e outros cientistas se unam com as entidades para que, embora tardiamente, nos preparemos para os difíceis tempos vindouros. Muitos problemas já são bem conhecidos. Precisa motivação e vontade para corrigir os erros. Estava na cara que as infladas valorizações das Bolsas um dia teriam de voltar para o chão. Diziam que as cotações antecipavam o valor futuro, superando várias vezes o valor patrimonial. A baixa foi mundial. Agora abundam explicações, mas ninguém entende bem o que se passa.

Os países ficaram viciados em dívidas, gastando mais do que arrecadam em impostos e elevados encargos com as dívidas. Mesmo com a grande carga tributária, as dívidas se elevam, pois os gastos não se reduzem. Em Portugal, o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) ao consumidor é de 23%. O crescimento se torna imperioso para assegurar o serviço da dívida, formando um ciclo vicioso. Mais crescimento, mais dívidas, mais juros. Assim para onde vamos? O mundo viveu a era dos sonhos com a industrialização do Ocidente, mas depois, sem ordenamento, veio a deslocalização. As empresas passaram a produzir na Ásia com menos restrições ambientais e mão de obra barata. Agora a indústria ocidental está fragilizada. Como isso vai ser resolvido? Muitos países estão prostrados em suas dívidas. Quem vai nos tirar da estagnação e como? Uma boa pergunta. Quem responderá?

Estamos perdendo a lucidez. Situação confusa para um país devedor de mais de 16 trilhões de dólares. O que estaria por trás dessa aparente oposição ao “Obamacare”? Será que o dólar vai perder sua posição de moeda global? Se nos EUA as coisas se complicam no jogo político, criando indefinições econômicas e financeiras que preocupam o mundo, o que esperar de países como o Brasil ou os da África cujos gestores têm agido com imediatismo, pensando só em si e na próxima eleição?

As análises revelam a tendência para a escassez global dos recursos conhecidos como commodities. Os países endividados e com disputas políticas permanecem insensíveis quanto aos problemas futuros, enquanto a China trata de se antecipar aos demais com seus capitais e diplomacia, buscando assegurar os suprimentos. Quanto ao Brasil, a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, recomenda prudência, pois o endividamento poderá ficar fora de controle.

Outro triste episódio foi a queda da USP no ranking das melhores universidades do mundo. O Brasil precisa de professores dedicados e alunos com vontade de aprender. Na USP há muitas greves dos estudantes e declínio na qualidade dos formandos. Aqueles que têm a oportunidade de ir para as universidades poderiam ajudar o país não com greves, mas contribuindo para a elevação de patamar através de análises, comentários, seminários sérios em busca de solução, tudo sem viés político ou ideológico, prevalecendo o interesse geral.

A população também precisaria se mexer mais, estudar mais, ler mais. A internet ajuda. Em vez disso, muitos ficam perdendo tempo vendo o besteirol televisivo. As pessoas precisam de autoconfiança e autoestima, de estabelecer propósitos, ir em frente com coragem. Não adianta ficar esperando tudo de bandeja. Precisa força de vontade e dedicação.

Necessitamos, no Brasil, de um tesoureiro lúcido que não lance o país num amontoado de dívidas que aumentem a sua dependência. Precisamos de gerações à altura dos crescentes desafios. Os jovens e universitários devem se unir na busca da melhora, preparando-se com afinco para estarem aptos a oferecer a sua contribuição ao bem geral, antes que sejamos engolidos por interesses externos, correndo o risco de perdermos a autonomia como país.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

Veja em que trabalha e quanto ganha a filha da presidente Dilma Rousseff

Paula Rousseff desfila com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato em 1º de janeiro Marcelo Camargo/Agência Brasil Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Sul em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20 e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do MPT evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento linha dura conhecido da mãe. “Ela tem fama de ser uma procuradora muito comp...