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A diferença salarial no Brasil é muito alta, chega a mais de 14 vezes

O Brasil possui uma das dez maiores diferenças salariais do mundo entre o nível operacional e o alto escalão das empresas, de acordo com um estudo da consultoria Mercer, que analisou salários em 75 países.

No Brasil, um profissional com um cargo de liderança, como gerência ou diretoria de departamento, recebe quase 14 vezes o salário de um funcionário de nível operacional, como operadores de máquinas. Isso faz do Brasil o décimo país com a maior diferença entre um nível e outro. Quem lidera a lista é o Vietnã, um dos países com os salários mais baixos do mundo, onde a diferença entre os níveis passa de 30 vezes.

O estudo identificou que as diferenças entre os países quanto à remuneração nos cargos de gerente para cima vêm diminuindo. Ou seja, quem possui uma posição de gestor tende a encontrar proventos semelhantes em regiões diferentes. Por outro lado, o estudo também identificou que as discrepâncias entre os salários mais baixos e os mais altos dentro da mesma economia continuam, principalmente nos países que pagam menos na base, como é o caso do Vietnã. Uma das razões para isso é o fato de esses lugares sofrerem mais com a falta de mão de obra qualificada, o que exige salários gordos para atrair e manter os profissionais com capacidades mais estratégicas, como altos executivos.

A pesquisa também comparou os salários dos 75 países com a Suíça, lugar em que foram encontrados os maiores salários em todos os níveis. No caso, um profissional de alto escalão no Brasil recebe 67% do que ganha um profissional do mesmo nível na Suíça. Já um funcionário de nível operacional brasileiro ganha apenas 14% do que o recebido por alguém no mesmo cargo no país europeu. Como comparação, um diretor nos Estados Unidos ganha uma porcentagem próxima da brasileira, 72% do registrado na Suíça. Mas um profissional de nível operacional americano recebe bem mais do que um brasileiro – 47% do salário suíço.

No Brasil, o salário anual de um profissional operacional fica em torno de R$ 21 mil. No caso de profissionais técnicos ou de apoio, a média é de R$ 43 mil. Profissionais com formação superior em cargos de entrada ganham em média R$ 70 mil por ano, enquanto os de nível sênior recebem uma média de R$ 113 mil. No nível executivo, a variação é de R$ 178 mil para cargos de baixa gerência, e R$ 292 mil, para o alto escalão.

Esses valores fazem do Brasil o 17º país com o maior salário para alta gerência, e o 27º para baixa gerência. Já os profissionais de nível operacional têm o 45º salário mais alto do mundo, entre os 75 países.

Por Letícia Arcoverde, Jornalista

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