Pular para o conteúdo principal

Quem paga a conta é a sociedade que habita o "andar de baixo", enquanto a do "andar de cima" não está nem aí.


Por Paulo Vellinho, empresário

Os municípios, em grande parte nanicos, gastam o produto de seus impostos praticamente em pessoal. 

Associar-se com os japoneses, no caso a Panasonic em 1977, pode ser traduzido por sete meses de discussão e apenas dois para a fábrica funcionar.

 Cada reunião tinha a sua pauta com um item novo, e assim foi até a exaustão.

 Moral da história: o japonês planeja muito e erra pouco, enquanto nós planejamos pouco, subestimamos o planejamento, e o fazemos com atraso; como compensação erramos muito, e os erros custam muito caro.

 Vejamos alguns casos que demonstram a irresponsabilidade de políticos demagogos e populistas: o Rio Grande do Sul teve dobrado o número de municípios em 10 anos, e ainda hoje o fruto dos plebiscitos fajutos mostram a imprudência e a irresponsabilidade dos autores.

 80% dos municípios gaúchos possuem menos de 20 mil habitantes, enquanto 67% têm menos de 10 mil habitantes.

 O que significou isso: geração de cabides de emprego, pois a constituição de um município exige um prefeito, um vice-prefeito, uma Câmara de Vereadores, uma delegacia de polícia, a estrutura do Poder Judiciário e por consequência o preenchimento de todas as vagas que se abrem para abrigar a estrutura necessária, sem falar nos CCs e nos funcionários fantasmas.

 Aliás esqueci-me do único integrante que nada custa para o poder público que é o padre, quando não for o bispo.

 É obvio que quando um país cresce em ritmo lento, medido pelo PIB, conclui-se que aos prefeitos cabe administrar a escassez de recursos, pois se multiplicou por dois o custo operacional dos municípios, restando cada vez menos recurso para investimento e infraestrutura.

 Quando a irresponsabilidade dos políticos autores do crime de multiplicação dos municípios se traduz em tragédia que não foi anunciada mas aconteceu, muda-se o teor do discurso, substituindo a euforia na multiplicação pela choradeira da  escassez.

 E aí pergunto, o que fazer?

 Na  minha opinião nada, a não ser consumir as receitas divididas pela multiplicação feita... E aí vem o pior: os municípios, em grande parte nanicos, gastam o produto de seus impostos praticamente em pessoal.

 E os investimentos em infraestrutura necessária para atender aos reclames da sociedade?

 Com as mãos amarradas os prefeitos mais ousados endividam o municípios, quando têm crédito, e os demais simplesmente deixam o tempo passar, e de quando em quando são convidados para integrar a CCP, Caravana dos Prefeitos Pedintes, que vai a Brasília pedir auxílio do governo federal, que como todos sabem não têm o que dar, apesar de ser o centralizador dos recursos provindos da arrecadação; no entanto os recursos existem basta que se olhe o custo da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

 Por exemplo esse caso é a prova da irresponsabilidade do não planejamento indispensável, que levou e leva suas vítimas a constatação que foi cometido um grave erro ao promover, pela política demagógica,  a inviabilização do pleno desenvolvimento dos mais de 400 municípios do RS.

 Quem paga a conta?

 Sem dúvida a sociedade que habita o "andar de baixo", enquanto as do "andar de cima" não estão nem aí.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), me...

Ao contrário de parte da mídia brasileira, a mídia internacional destaca a perseguição ao ex-presidente Lula

Ao contrário dos jornais brasileiros, que abordaram em suas manchetes nesta quinta-feira 11 que o ex-presidente Lula atribuiu à sua mulher, Marisa Letícia, já falecida, a escolha de um triplex no Guarujá - que a acusação não conseguiu provar ser dele - veículos da imprensa internacional destacaram seu duro discurso ao juiz Sergio Moro, de que é alvo de uma "caçada judicial" e de uma perseguição na mídia. Os correspondentes estrangeiros focaram ainda nas declarações de Lula de que "não há pergunta difícil para quem fala a verdade", pedindo aos procuradores provas de que o apartamento é dele e chamando o julgamento de "farsa", como fizeram Associated Press, BBC, Reuters, Le Monde e Al Jazeera. Confira abaixo um balanço publicado por Olímpio Cruz, no  site do PT no Senado . O jornalista Fernando Brito, do Tijolaço,  também fez um balanço  mais cedo sobre a cobertura estrangeira. Imprensa estrangeira destaca Lula como vítima de perseguição Noventa...

Saiba quem é Ivar Schmidt, caminhoneiro que ficou rico durante o governo Lula, vota no PSDB e bloqueou estrada contra a Dilma

As entidades de classe dos motoristas fecharam um acordo com o governo e anunciaram que a greve, que permanece, seria na verdade um  lock-out (movimento dos empresários ).  O movimento seria patrocinado pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro, que tem como presidente o empresário Nélio Botelho. Além de Nélio, a figura que emergiu como articulador das paralisações Brasil afora, via WhatsApp e à parte das organizações de classe, foi o empresário de Mossoró, Ivar Schmidt. Schmidt é presidente de uma pequena associação de empresários do setor de transportes. Ivar era caminhoneiro nos anos 90. No governo Lula, abriu uma pequena transportadora e com o crédito ao trabalhador se tornou um forte empresário do setor de transporte da região. Eleitor e defensor assíduo de Aécio Neves (PSDB) nas últimas eleições, Ivar junto com Tássio Mardony, vereador do PSDB,  e alguns empresarios e médicos lideraram a campanha do tucano em Mossoró. “É curioso destacar q...