Pular para o conteúdo principal

Os brasileiros sofrem com mais um aumento de preços. Desta vez, os preços de combustíveis

Boa parte dos brasileiros teve a notícia do aumento dos preços dos combustíveis anunciada ontem, que entrou em vigor a partir de hoje, como mais uma surpresa desagradável e que mexe significativamente no bolso. As pessoas que já possuem tantas contas para pagar e que não recebem aumento de salário na mesma proporção do aumento dos preços de muitos produtos e serviços se vêem com mais esse aumento de custos em seu cotidiano. O pior é que os preços dos combustíveis afetam os preços de muitos outros itens necessários na vida de cada pessoa. Ou seja, o efeito na inflação não será somente o percentual de aumento no preço da gasolina e diesel, mas em muitos outros.

A verdade é que o Brasil não está todas essas maravilhas com relação à oferta de combustíveis como o governo tenta demonstrar para toda a população, principalmente por causa da economia mundial. Segundo o jornal Estado de São Paulo, o relatório do mercado de petróleo divulgado em 18 de janeiro pela Agência Internacional de Energia (IEA) mostrou que a demanda global por petróleo superou as expectativas e deverá atingir a média de 90,8 milhões de barris/dia neste ano, 240 mil acima do que foi previsto em novembro e 930 mil barris/dia acima da média de 2012. "Os mercados estão mais apertados do que esperávamos", segundo os especialistas em petróleo da IEA.

Se por um lado, o aumento da demanda é um sinal de que a economia global está reativando. Por outro, não há sinais de desequilíbrio entre a demanda e a oferta (média de 91,2 milhões de barris/dia, em dezembro). Mas, com a queda das exportações de petróleo da Arábia Saudita e do Iraque, os preços tenderam à alta. Entre 28/12 e 28/1, de fato, houve uma elevação média de 3,4% nas cotações do petróleo tipo Brent, de US$ 110,84 para US$ 114,69. O maior responsável pela demanda é a China, cuja economia dá sinais de retomada. Isso, evidentemente, tende a elevar o consumo e, conseqüentemente, os preços do pretóleo.

Pelo menos no curto prazo, o Brasil não está em situação favorável. De acordo com a IEA, a produção média do País, em 2013, deverá ser de 2,27 milhões de barris/dia. Mas, apesar do início da produção de novos campos, três fatores limitarão a oferta: parada para manutenção da plataforma P-53, do Campo de Roncador, em fevereiro, e da P-40, no Campo de Marlim, em abril; a expectativa de que o programa de eficiência da Petrobrás (Proef), que pretende sustentar a produção no médio prazo, resulte em diminuição da extração, no primeiro semestre; e, enfim, o atraso já previsto da retomada da produção do Campo de Frade e do início da operação do Campo Papa Terra - para o primeiro trimestre de 2014. Isso tem levado o Brasil a perder cerca de 80 mil barris/dia na produção.

Ainda assim, o Brasil tem aumentado significativamente o consumo de combustíveis, com elevação da demanda de 155 mil barris/dia no quarto trimestre do ano passado, em relação a igual período de 2011. O Brasil é, agora, o 6.º maior consumidor mundial de petróleo.


Segundo fontes ligadas à Petrobrás e ao governo, com a manutenção de preços no Brasil quando os custos da empresa haviam aumentado cerca de 15% (antes teve-se um aumento não repassado aos consumidores em razão de diminuição de algumas contribuições) era eminente o aumento de preços para o consumidor final. De acordo com informações da empresa, a Petrobrás estava perdendo mensalmente R$ 1,8 bilhão (foram R$ 21,7 bilhões, em 12 meses, até setembro de 2012), porque o País importa gasolina e óleo diesel por preço superior ao que vende, subsidiando o consumo. Os brasileiros, inclusive aqueles que não possuem carros, irão pagar essa conta.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

Veja em que trabalha e quanto ganha a filha da presidente Dilma Rousseff

Paula Rousseff desfila com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato em 1º de janeiro Marcelo Camargo/Agência Brasil Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Sul em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20 e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do MPT evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento linha dura conhecido da mãe. “Ela tem fama de ser uma procuradora muito comp...