Pular para o conteúdo principal

Os prefeitos e suas equipes deveriam se importar mais com as necessidades da população


Apesar dos prefeitos serem eleitos para cuidar bem de suas cidades, a maioria dos municípios brasileiros não possui planos que levem à descoberta de soluções para os grandes problemas que afligem o povo em seu cotidiano. O estudo do IBGE "Perfil dos Municípios Brasileiros de 2011", mostras que questões como habitação, saneamento, coleta seletiva de lixo, gestão do uso do solo e políticas sociais são o devido cuidado e a importância que requerem mesmo nas regiões mais ricas e desenvolvidas do país. Os prefeitos e suas equipes devem aumentar os esforços na elaboração de metas que visem ao atendimento das muitas necessidades da população. 

A falta de empenho dos administradores municipais quanto em resolver os problemas do município fica evidente nesse trabalho do IBGE. Por exemplo, 71,7% dos municípios não contam com plano para enfrentar os déficits de moradia e que somente 6,2% das prefeituras adotam medidas para atender a áreas de risco. Em outro trabalho do instituto realizado em 2009, mostrou que 18% das prefeituras informaram ter projetos específicos para moradias. Dois anos depois passaram para 28,3%, que representa um Avanço muito embora concentrado na Região Sul, onde 42,5% dos prefeitos se mostraram atentos ao problema. Até mesmo no Sudeste, a região mais rica do país, apenas 22,7% incluíram a questão no planejamento. 

Recentemente a Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou um estudo, baseado em dados do Ministério das Cidades, que indicou que 1.506 cidades estão em falta com o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS). Essas prefeituras aderiram ao programa Modalidade Simplificada, criada para municípios com até 50 mil habitantes, mas não entregaram o plano local de habitação no prazo que se encerrou em 30 de junho.

De acordo com o trabalho mais recente do IBGE, 71,8% das cidades não tinham, em 2011, uma política de saneamento. São 3.995 prefeituras que não estão cumprindo a Lei Nacional de Saneamento Básico, aprovada em 2007. Essa lei estabelece que todas as cidades do País devem elaborar planos de saneamento. Entretanto, 60,5% dos municípios brasileiros não fazem nenhum tipo de acompanhamento das licenças de esgotamento sanitário nem presta maior atenção às questões de drenagem e de manejo de águas pluviais urbanas. 

A pesquisa do IBGE revelou que apenas um terço das cidades do Brasil tem programa ou projeto de coleta seletiva de lixo já em execução. Mesmo com tanta discussão a respeito das questões ambientais e importância de se cuidar bem do lixo urbano, os municípios brasileiros são muito acanhados em utilizar recursos no tratamento do lixo e na promoção da reciclagem. 

Questões como transporte, moradia, saneamento básico, saúde, educação e tantas outras não são tratadas como deveriam pelos governantes, principalmente pelos governantes locais. Em muitas ocasiões isso ocorre por falta de recursos, visto que mais de dois terços dos municípios dependem muito mais dos recursos transferidos da União ou do governo estadual do que dos vindos do próprio município. Entretanto, existem muitas cidades que mesmo gozando de certa independência financeira deixam muito a desejar no atendimento das demandas básicas da população. Nesse caso só podemos acreditar na incompetência, falta de vontade ou em algo muito pior: corrupção.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

Veja em que trabalha e quanto ganha a filha da presidente Dilma Rousseff

Paula Rousseff desfila com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato em 1º de janeiro Marcelo Camargo/Agência Brasil Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Sul em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20 e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do MPT evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento linha dura conhecido da mãe. “Ela tem fama de ser uma procuradora muito comp...