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O tráfego nas grandes cidades brasileiras está quase inviável em alguns horários


A locomoção tornou-se uma dos principais obstáculos para as pessoas nas principais cidades do Brasil, em razão, principalmente, do aumento muito grande do número de veículos sem o aumento na mesma proporção das vias transitáveis. Muitas pessoas passam várias horas por dia nos deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa por conta dos congestionamentos, seja transportado por transporte público ou por veículo próprio, notadamente de está em um automóvel. Em muitas cidades existe trânsito travado até mesmo após o período de pico, que corresponde aos horários entre sete e nove horas da manhã e cinco da tarde e oito horas da noite dos dias úteis. É muito comum haver congestionamentos às dez horas da noite ou aos sábados.

 

O IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) divulgou recentemente um estudo no qual é traçado o perfil dos gastos com transporte das famílias brasileiras que moram nas maiores regiões metropolitanas do país. As regiões metropolitanas utilizadas no estudo são as seguintes: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Salvador e Belém. Esse estudo utilizou dois tipos de transportes: o público (serviços de ônibus, ferrovias, metrôs e trens metropolitanos, transporte hidrográfico, táxi, mototáxi e transporte alternativo) e o privado (automóveis, motocicletas e caminhonetes, além das bicicletas). Segundo o IPEA, as famílias brasileiras moradoras de áreas urbanas comprometem cerca de 15% da renda mensal com transporte diário, sendo o gasto com transporte privado cinco vezes maior que o montante despendido com transporte público. 

 

Nas capitais, 56% dos gastos das famílias são referentes à compra de veículos, 26,9% com combustível e 11,2% com manutenção. Nas periferias metropolitanas, essas taxas são de 52,8%, 28,7% e de 13,2%, respectivamente. O uso de veículo próprio proporciona conforto, mas proporciona um custo muito alto para quem os utiliza. É um conforto que custa muito caro. Andar em um veículo, apesar de custar muito caro é muito melhor do que todo dia pegar um ônibus (que o meio de transporte utilizado por cerca de 88% das pessoas que usam o transporte público nas grandes cidades) que geralmente anda muito lotado e desconfortável.

 

De acordo com o IPEA, no período de 1998 a 2008, o PIB do Brasil cresceu em média 4% por ano, enquanto as vendas de automóveis e motocicletas aumentaram anualmente 7% e 12%, respectivamente. Nesse mesmo período o número de passageiros transportados por ônibus diminuiu enquanto que aumentou significativamente o número de veículos nas ruas e avenidas das cidades brasileiras, deixando a mobilidade praticamente inviável. É interessante observar que nesse período que o aumento de renda foi menor que o aumento do gasto das famílias com transporte privado. Ao mesmo tempo, nos últimos dez anos, os preços dos automóveis e dos combustíveis subiram menos que a inflação enquanto que as tarifas do transporte público subiram quase o dobro da variação geral de preços.

 

É inegável que o brasileiro gosta muito de carro e que adora andar em um automóvel. Mas as péssimas condições dos transportes públicos e a facilidades vinda tanto do aumento da renda quanto do sistema de crédito tem levado muitas pessoas a abdicarem do uso de ônibus ou metrô e passado a usar ainda mais o conforto do caro embora tenha que enfrentar congestionamentos e um incorrer em custos muito mais altos. Isso, evidentemente, contribui muito para o aumento contínuo das dificuldades em se trafegar pelas vias nas cidades. Atualmente, até mesmo nas cidades médias é possível encontrar o trânsito travado em alguns momentos do dia. A combinação do amor do brasileiro por carro, das facilidades de se comprar um veículo, dos incentivos à compra de automóveis, da falta de incentivos e investimentos em transporte público e da falta de criação de novas vias cria-se uma situação que leva à piora contínua das condições de tráfegos nas cidades brasileiras.

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