O desalento, o desconforto, a
falta de coragem, a preguiça, a falta de incentivo, entre outros motivos, tem
levado muitos jovens simplesmente a desistir de investir em si próprios seja na
formação profissional ou até mesmo em trabalhar em um emprego formal, informal
ou em um negócio próprio. É perceptível a quantidade desses jovens pelas
cidades brasileiras, principalmente naquelas em que não existe uma economia
dinâmica. Ao andarmos nas periferias das cidades percebemos um número enorme de
pessoas jovens que ao invés de estudar ou trabalhar ou fazer as duas coisas não
fazem nenhuma das duas e ficam o dia e a noite na ociosidade desperdiçando
tempo ao invés de serem produtivos e produzirem renda e riqueza.
Em um estudo realizado pela Universidade Estadual do Rio
de Janeiro (UERJ), coordenado pelo professor Adalberto Cardoso, constatou-se
que 20% dos brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalham e nem estudam. No país
são 5,3 milhões de jovens nessa faixa etária que não trabalham e nem estudam,
conforme mostrou a pesquisa coordenada pelo professor Adalberto. Se fossem
incluídos os jovens que ainda procuram alguma ocupação mas que continuam
desempregados, o número saltaria para 7,2 milhões. A pesquisa da UERJ foi
realizada em 2010, ano da maior taxa de crescimento do PIB brasileiro. Se a
pesquisa tivesse sido realizada em um ano de recessão ou de baixo crescimento
da economia certamente os números seriam ainda mais desanimadores.

As mulheres constituem a imensa
maioria nesse grupo, com 66%. Parece ser uma constatação obvia, mas os mais
pobres tem o maior percentual de jovens nessa situação. São 46,2% dos jovens
nessa situação que pertencem a famílias cuja renda familiar não ultrapassam R$
77,75 mensais. Ao mesmo tempo, verifica-se que no Norte e Nordeste onde se encontra
a maior participação das pessoas jovens que nem estudam e nem trabalham. Nessas
duas regiões, um quarto dos (um em cada quatro) jovens estão nessa situação,
enquanto que no Sul tem 13% e no Sudeste, 16,8%.
Atualmente, em muitos países ricos
do mundo possuem um percentual razoável de jovens que nem estudam e nem
trabalha, embora em termos percentuais menores que no Brasil, mas lá existe uma
escassez de emprego proporcionada pela baixa taxa de crescimento da economia ou
até mesmo por recessão que tem afetado muitos dos países da Europa e em outras
regiões do mundo. Em muitos países, mesmo não tendo emprego, os jovens buscam
qualificação profissional seja por meio do ensino formal ou por meio de algum
curso profissionalizante que possa deixar apto a exercer uma atividade com
maior produtividade quando a economia voltar a crescer e voltar a oferecer
oportunidade de trabalho.
É preciso que os jovens
brasileiros tenham ânimo e busquem sempre investir na própria vida, criando,
assim, perspectiva para ter um padrão de vida no futuro muito melhor e com
muito melhor remuneração nas atividades que vier exercer. A preparação é
fundamental, ter boa formação, melhor ainda. Não podemos perder uma parte de
dessa geração para o ócio, temos que levar esses jovens para o mundo produtivo,
oferecendo-lhes oportunidades para que possam participar efetivamente da
economia, seja como trabalhadores empregados em uma empresa ou em uma atividade
própria. Provavelmente quantos talentos são desperdiçados por conta dessa falta
de perspectiva desses jovens. A vadiagem pode não ser fruto somente de
preguiça, mas de algo mais complexo que deve ser investigado e eliminado para
que os jovens que tenham coragem possam participar efetivamente na construção
de uma sociedade rica e produtiva no Brasil.
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