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A democracia brasileira e a seriedade de nossa sociedade dependem de cada um de nós brasileiros

Daqui a duas semanas teremos eleições para escolha de prefeito e vereadores em todos os municípios brasileiros, com mandatos de quatro anos iniciando a partir de janeiro de 2013. Deveriam ser escolhidos democraticamente, onde os melhores, os que tivessem mais capacidade de honrar os seus mandatos é que deveriam receber a maioria dos votos dos eleitores e, consequentemente, eleitos. Por que nem sempre os melhores não são eleitos? Por que muitos dos que realmente desejam lutar somente em favor do povo não são eleitos? Será que a lei permite essa situação? Será que existem leis que combatem a corrupção eleitoral, mas os eleitores e os políticos as desobedecem?

No período eleitoral existem basicamente três tipos de pessoas: as que não querem saber de jeito nenhum de política ou de políticos, os que aceitam, mas mediante pagamentos seja trabalhando regularmente e recebendo remuneração ou fazem algum tipo de ajuda ao candidato mediante o recebimento de algum pagamento de volta e os que ajudam por ajudar mesmo porque gostam do candidato. Apesar de existir a descrença nos políticos por parte de muitas pessoas, o maior número de pessoas se encontra no segundo grupo, são pessoas que ajudam determinado candidato, mas esperam receber algo em troca. Isso é generalizado em todo país e em todas as cidades brasileiras.

Existem muitas pessoas que até para colocar adesivos em seus carros cobram algum tipo de pagamento. Muitos que deixam colocar placas em suas casas o fazem mediante alguma compensação à vista ou futura. A civilidade, a ética, a honestidade e a moral passam muito longe também de muitas pessoas que não são políticas. As pessoas que vendem esses e outros tipos de facilidades  e arranjos para políticos são tão corruptas quantos os próprios políticos que os compra. Apoios são comprados não por meios de uma boa atuação em prol da população quando eleito, mas mediante pagamento de qualquer espécie diretamente para quem está apoiando a candidatura. Como a fiscalização é bastante frágil e a punição menor ainda, essa prática que macula a democracia brasileira continua imperando no processo eleitoral sem que praticamente nada seja feito para impedir.

Isso é a perpetuação da prática do coronelismo que era comum em grande parte do país na primeira metade do século passado, principalmente nas zonas rurais, mas que continua vivinha embora com outras roupagens e ingredientes diferentes. A força e o dinheiro aleijam aqueles que entram somente com a vontade realmente fazer a coisa certa, dificilmente se conseguirá êxito em uma eleição se não tiver muito dinheiro para patrocinar esses atos que além de serem contra as leis eleitorais atualmente vigentes no país custam muito caros. Os recursos podem vir dos mais diversos meios, mas muito, principalmente daqueles que já estão no poder, pode vir da própria corrupção na qual empresas ou pessoas físicas pagam propinas para terem algum benefício no mandato, seja mandato no legislativo ou no executivo.

Trabalhar corretamente é muito difícil quando os competidores utilizam meios difusos que vão contra às leis e aos princípios éticos. Isso, infelizmente, leva outras pessoas a fazerem o mesmo, pensando que não estão fazendo algo errado, mas estão. Estão fazendo, sim, algo muito errado que deveria lhes render uma punição severa. Não se deve brincar com a nossa democracia, não se deve ir contra as leis e, principalmente, contra princípios éticos. O desrespeito de tudo isso leva à desmoralização de nossa sociedade. O que as pessoas de bem devem fazer é não deixar com que pessoas maculem a moral e o caráter da nossa sociedade. Como fazer isso? Denunciando qualquer tipo de prática que ferem às leis eleitorais e não se vendendo seja para votar e algum candidato ou por outros atos vetados pela justiça eleitoral. Fazendo isso, teremos muito menos corrupção no país e o Brasil passa a ter uma sociedade mais séria.

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