Cuidar da saúde, ter uma vida com a mínima
enfermidade possível e ter um tratamento médico hospitalar digno, descente, de
forma respeitosa e com decência é o que todos os brasileiros deveriam ter. Isso
definitivamente as pessoas não tem no Brasil, até mesmo aquelas pessoas que
podem pagar um plano particular sofrem humilhações no momento em que precisam
de serviços médicos. Muitas vezes o atendimento é péssimo, a qualidade dos
serviços prestados diretamente pelo médico é ruim e muitas outras deficiências
que fazem os pacientes terem dois tipos de sofrimento: o sofrimento da própria
enfermidade e o sofrimento da humilhação e da angústia.
Os médicos José Bonamigo e Florentino Cardoso, este
último presidente da Associação Médica Brasileira, em recente artigo no Jornal
Folha de São Paulo descreveram de forma bastante clara em números a falta de
qualidade de muitos médicos e instituições médicas em nosso país. Segundo eles,
O Brasil tem 196 de escolas médicas,
perdemos apenas para a índia. Temos mais escolas que ensina medicina do que a
China e os Estados Unidos que possuem respectivamente, 150 e 137. Segundo eles,
A expansão se acentuou desde a década de 1990, principalmente no ensino
privado, mas também no público. Muitos cursos, inclusive de instituições públicas,
abrem sem hospital-escola ou mesmo uma rede básica de ambulatórios para o
treinamento prático.

Existem também os médicos que são formados em alguns
países cuja qualidade é bastante questionável. Por exemplo, em 2010 houve uma
prova para avaliar esses médicos, dos 517 inscritos somente dois foram
aprovados. A de 2011 teve melhor rendimento, dos 677 inscritos, apenas 65 foram
aprovados. Mas a deficiência também
está nos que estudam aqui, embora em menor magnitude. As escolas médicas no
Brasil oferecem 16.892 vagas por ano. Nos programas de residência, padrão para formação
de especialistas, há 10.196 vagas de acesso direto disponíveis para os
recém-formados. Segundo Bonomigo e Cardoso, somente 60% dos médicos formados no
Brasil têm acesso à especialização. Dessa forma, a cada ano, entram no mercado,
sem treinamento adicional, mais de 6.000 médicos.
Não existe nada que seja comparado à vida, a ter uma
vida. Ela é única, tudo que leve à sua preservação e a ter da melhor forma
possível deve ser tratado como prioridade. No caso da medicina que é a maior
responsável por oferecer vida, pelo menos defendê-la da maior parte dos ataques
que ela está sujeita deveria ser vista e fiscalizada de forma mais séria e com
mais eficiência. É premente que se realize exames nos mesmos moldes que a Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) realiza com os ingressantes na profissão de
advogados. Ainda bem que a partir de agora é obrigatória a participação de
exame de entrada na profissão, antes tiveram alguns exames, mas a participação
era voluntária e não é possível averiguar de forma clara a qualidade do ensino
no país, dado que quem participava, em tese, eram os mais preparados, mas mesmo
assim, cerca da metade era reprovada. Com a obrigatoriedade, certamente o
percentual de médicos reprovados será muito maior.
Olá Francisco Castro,
ResponderExcluirBela matéria,eu posso dizer que senti isso na pele na semana passada quando foi preciso levar minha filha ao médico no sistema de saúde UAI aqui do bairro.Em chegando lá tivemos que deslocar para outra UAI por falta de médico e minha filha naquele estado,chegando lá advinha,nos mandaram retornar de onde viemos e nesta altura eu fui ficando nervoso e chegando de volta não aguentei comecei a falar alto e fui parar na diretoria com um papel na mão e quando o diretor olhou ele disse que o médico deveria ter atendido na primeira vez que cheguei com minha filha,então posso falar que a nossa saúde esta doente e falida.