Pular para o conteúdo principal

A pirâmide social no Brasil está se transformando em um losango social

O padrão de vida dos brasileiros tem passado por transformações causadas principalmente pela redução drástica das taxas de inflação, aumento no nível de emprego, aumento significativo do salário mínimo e do salário médio em geral e de programas sociais implantados, notadamente, pelo governo federal.  As pessoas passaram a comprar mais, não somente alimentos e roupas e calçados, mas bens de consumo duráveis como automóveis, geladeiras de melhor qualidade e outros bens de valor alto.  Os números que são divulgados indicam que as pessoas estão obtendo melhores rendimentos e conseguindo melhorar de vida, obtendo ascensão na escala social.

Em uma pesquisa recente realizada pela empresa Cetelem BGN, uma subsidiária da BNP Paribas Personal Finance França, onde foram ouvidas 1.500 pessoas maiores de 16 anos a respeito de diversos assuntos pertinentes à definição de que classe econômica pertencem e outras informações relevantes. É importante salientar que as pessoas de 16 anos ou mais representam 74% da população brasileira. Nessa pesquisa foi constatado que 38% são analfabetos ou semianalfabetos, 25% tem o ginásio completo ou incompleto, 27% tem o segundo grau completo ou incompleto e 10% tem o superior completo ou incompleto. Também foi constatado que 59% das pessoas com 16 anos ou mais de idade estão casadas ou vivem com companheiros, 31% estão solteiras, 6% são viúvas e 4% são separadas ou desquitadas.

O fato mais importante é que se verifica que a tão decantada pirâmide social do Brasil está se transformando em um losango social. Em 2005, as classes D e E representavam 51% da população brasileira, a classe C 34% e as classes A e B juntas representavam 15%. Em 2011, os percentuais acima passaram a ter a seguinte configuração: D e E: 22%, C: 54% e A e B: 24%. É uma mudança considerável, notadamente, considerando que houve aumento significativo na participação dos brasileiros nas classes mais altas e diminuição nas duas classes mais baixas. Em números, são 45,24 milhões de brasileiros pertencentes às classes E e D, 103,05 milhões que pertencem à classe C e 42,43 milhões que pertencem às classes A e B.

A renda média familiar mensal obtida em 2011, segundo cada classe foi a seguinte: a média das pessoas que pertencem às classes D e E foi de R$ 792,00, as que pertencem à classe C foi de R$ 1.450,00 e as que pertencem às classes A e B foi de 2.907,00. Os gastos mensais das famílias em 2011 teve a seguinte configuração: a média dos pertencentes às classes D e E foi de R$ 657,00, as pertencentes à classe C foi de R$ 1.171 e as pertencentes às classes A e B foi de R$ 2.035,00. Vale salientar que em todas as classes os maiores gastos ocorreram em compras no supermercado e com alugueis.

Mesmo com a melhora e mudança de patamar em termos de classe social, os rendimentos do brasileiro continuam muito baixo e não retratam um verdadeiro padrão de vida que uma classe média deve ter.  Classificar uma família que tem um rendimento mensal de R$ 1.450,00 de classe média não parece ser adequado. Não resta dúvida que boa parte da base da pirâmide social subiu, mas o rendimento médio é muito baixo, mesmo daqueles que alcançaram novos patamares da pirâmide social. Esse processo de ascensão social do brasileiro tem que ter continuidade com melhora nos rendimentos para todos. Políticas de toda natureza que levem os brasileiros viverem melhor devem e tem que ser efetivadas e praticadas com toda ênfase possível.

Comentários

  1. Legal Francisco.
    Penso que o fator fundamental para essa virada , foi o fim da inflação e a valorização da moeda , ou seja a criação do real e o seu fortalecimento no Governo FHC . Com a continuidade dada pelo governo Lula e agora por este governo , foi possível chegarmos a esse patamar . Se continuarmos nesse rumo , cresceremos ainda mais .

    abs
    Francisco

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), me...

Ao contrário de parte da mídia brasileira, a mídia internacional destaca a perseguição ao ex-presidente Lula

Ao contrário dos jornais brasileiros, que abordaram em suas manchetes nesta quinta-feira 11 que o ex-presidente Lula atribuiu à sua mulher, Marisa Letícia, já falecida, a escolha de um triplex no Guarujá - que a acusação não conseguiu provar ser dele - veículos da imprensa internacional destacaram seu duro discurso ao juiz Sergio Moro, de que é alvo de uma "caçada judicial" e de uma perseguição na mídia. Os correspondentes estrangeiros focaram ainda nas declarações de Lula de que "não há pergunta difícil para quem fala a verdade", pedindo aos procuradores provas de que o apartamento é dele e chamando o julgamento de "farsa", como fizeram Associated Press, BBC, Reuters, Le Monde e Al Jazeera. Confira abaixo um balanço publicado por Olímpio Cruz, no  site do PT no Senado . O jornalista Fernando Brito, do Tijolaço,  também fez um balanço  mais cedo sobre a cobertura estrangeira. Imprensa estrangeira destaca Lula como vítima de perseguição Noventa...

Saiba quem é Ivar Schmidt, caminhoneiro que ficou rico durante o governo Lula, vota no PSDB e bloqueou estrada contra a Dilma

As entidades de classe dos motoristas fecharam um acordo com o governo e anunciaram que a greve, que permanece, seria na verdade um  lock-out (movimento dos empresários ).  O movimento seria patrocinado pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro, que tem como presidente o empresário Nélio Botelho. Além de Nélio, a figura que emergiu como articulador das paralisações Brasil afora, via WhatsApp e à parte das organizações de classe, foi o empresário de Mossoró, Ivar Schmidt. Schmidt é presidente de uma pequena associação de empresários do setor de transportes. Ivar era caminhoneiro nos anos 90. No governo Lula, abriu uma pequena transportadora e com o crédito ao trabalhador se tornou um forte empresário do setor de transporte da região. Eleitor e defensor assíduo de Aécio Neves (PSDB) nas últimas eleições, Ivar junto com Tássio Mardony, vereador do PSDB,  e alguns empresarios e médicos lideraram a campanha do tucano em Mossoró. “É curioso destacar q...