Os desafios que se impõem diante das circunstâncias, momentos e necessidades proporcionam oportunidades de melhorar, alterar o modo de se fazer o que se fazia antes e buscar mudar o que se fazia utilizando-se de novas técnicas, ferramentas, meios e qualidade. As circunstâncias históricas fizeram com que os modos de produção, o trabalho, a produtividade e o tempo despedido no local de trabalho se alterassem significativamente ao longo dos últimos duzentos anos. Até meados dos anos 1750, os países asiáticos eram responsáveis pela maior parte da produção mundial. A partir de então, com a primeira revolução industrial (com o aparecimento do motor a vapor, tear mecânico, ferrovias, entre outras invenções) a Inglaterra passou a ser o centro da produção mundial, com a dinâmica do processo industrial e de outros processos dele derivado aquele país passou a ser o principal absorvedor de produtos primários do mundo.
Um pouco mais de um século depois, por volta de 1880, ocorreu a segunda revolução industrial quando surgiram a eletricidade, o motor a combustão, o automóvel, entre muitos outros. Apesar dessa segunda revolução ter também ocorrido na Inglaterra, foram nos Estados Unidos e na Alemanha onde teve-se maior dinâmica, onde começaram a disputar a ocupação do espaço que era da Inglaterra. Nessa disputa teve-se muitas batalhas de diferentes tipos, inclusive as duas guerras mundiais. A partir dos resultados e cenários deixados pelas guerras, os Estados Unidos se consolidaram como a maior potência mundial, sendo rivalizado apenas no âmbito militar pela antiga União Soviética. Agora o mundo vive outra revolução na economia que está se dando por meio do conhecimento e na produção de bens não materiais.
As mudanças em termos de valor, do modo de produção, do tipo de trabalho, da sociedade que estão ocorrendo em todos os países do mundo apresenta-se como uma oportunidade magnífica para um país como o Brasil em elevar o valor agregado de seus produtos e serviços e o conhecimento dos seus trabalhadores e da sociedade em geral. Não pode-se admitir que sejamos um país eternamente fornecedor de produtos primários para um país ou grupo de países com maior dinâmica, geração de riqueza e mais importante como foram os casos da Inglaterra antes e os Estados Unidos no século XX, entre outros. O Brasil tem que ser protagonista dessa nova revolução, tem que obter retorno, vantagens e riqueza desse novo momento em que estamos vivendo. Não podemos ficar com taxa de investimos abaixo de 20% do PIB e defasados tecnologicamente por falta de inovações tecnológicas em nossas empresas.
A estrutura social e familiar está se modificando radicalmente, com a idade média da sociedade aumentando em razão da diminuição da quantidade de jovens e do aumento da expectativa de vida das pessoas. Ao mesmo tempo, cresce assustadoramente o número de famílias chefiadas ou só pelo pai ou só pela mãe, muitos dos quais idosos. Ao mesmo tempo em que as carências de formação da população são bastante acentuadas tanto do ponto de vista da qualidade quanto em quantidade. Atualmente, no Brasil, não mais que 13% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino superior. Isso na presença de uma parte muito grande da sociedade composta de analfabetos ou semianalfabetos.
A modernidade e as facilidades podem também deixar vulneráveis os trabalhadores em termos de tempo de trabalho, visto que não é mais necessário que se desloque até à empresa para realizar as suas tarefas laborais, com os meio disponíveis podem trabalhar em qualquer local e em qualquer momento. Isso pode fazer as pessoas a trabalharem até mesmo mais do que os antigos operários na Inglaterra do século dezenove, pelo menos em termos de tempo gastos trabalhando. É necessário que o ensino, a legislação e as empresas sejam preparados para lidar com essas novas possibilidades visando melhorar a vida das pessoas, aumentando a sua qualidade e melhorando a produtividade e o bem estar de todos.
O Brasil tem que atuar em duas vertentes para acompanhar as atuais mudanças na economia. Em primeiro lugar é preciso que as condições sejam apropriadas para que o nosso país seja um dos principais protagonistas obtendo ganhos e participando efetivamente dos resultados de nova revolução, a revolução do conhecimento. Consegue-se isso com investimentos em tecnologias, infraestrutura, aumento vertiginosos no ensino de qualidade para os brasileiros e com legislação que leve a simplificar a estrutura burocrática na produção de bens e serviços no país. Em segundo lugar, é necessário que o povo também participe dos ganhos, não seja apenas um coadjuvante que recebe uma parte muito pequena dos resultados obtidos no processo de produção. Os ganhos devem ser para todos, para o país, para as empresas, para o governo e, principalmente, para a sociedade brasileira.
Comentários
Postar um comentário