A formalização de um negócio ou de uma atividade é o que todas as pessoas que trabalham por conta própria, seja só, com familiares ou com empregados, deveriam fazer. Entretanto, as dificuldades são imensas, que muitas vezes ultrapassam a necessidade de se ter um negócio formal, legal e com todos os direitos e deveres. As dificuldades começam na abertura, onde são exigidos muitos documentos, muitas comprovações e burocracia de toda natureza, apesar de algumas mudanças na legislação e a intervenção de algumas entidades, os empecilhos para se abrir uma empresa ainda são muito grandes. Após a abertura, as dificuldades são ainda maiores. São tão grandes que muitas delas sucumbem após alguns poucos anos.
Estudos de especialistas da área social, de emprego e renda mostram que a imensa maioria de aumento da renda da população é proveniente do aumento do emprego formal, emprego com carteira assinada, não dos empreendedores. Isso é comprovado por outros estudos, nos quais utilizando-se do ferramental da econometria obteve-se resultados bastante claros no sentido de que o número de empresas abertas aumenta quando as condições de mercados estão adversas e as perspectivas de aumento do desemprego são maiores. Ou seja, quando as pessoas sentem que podem perder o emprego ou já estão desempregadas e conseguir outro trabalho está difícil é que partem para abrir um negócio próprio.
Diante das dificuldades mencionadas acima, dos riscos inerentes a qualquer negócio, da falta de crédito barato e de eventual dificuldade de mercado fazem as pessoas preferirem ficar no emprego, que embora lhes proporcione um rendimento baixo, os riscos são infinitamente menores. Trabalhando em uma empresa como empregado, o máximo que pode ocorrer com a pessoa é perder o emprego. Já tendo montado um negócio próprio, se esse negócio fracassa e acaba, muitas vezes a pessoa perde tudo ou quase tudo que possui. Algumas estatísticas mostram que cerca de 50% das novas empresas vão à falência em dois anos. Estudos mostram que existem alguns fatores que ajudam a levar uma empresa a ter sucesso ou não em seus primeiros anos.
Esses fatores são os seguintes: o tamanho da empresa, quanto maior a empresa, menor a possibilidade de a mesma vir a falir em seus primeiros anos de vida. Um outro fator muito importante para que uma empresa nova tenha sustentabilidade em seus primeiros anos é o nível da atividade econômica. Parece bastante óbvia, quanto maior a taxa de crescimento da economia, menor a possibilidade de uma empresa falir. Outra variável significativa é a localização da empresa. Ela deve está próxima de seu mercado e da mão de obra a ser utilizada. A idade da empresa também é um fator que pode ser classificado como importante. Quanto mais tempo de vida tem uma empresa menos provável é a sua falência. Um fator que pode ser caracterizado como um dos mais importantes é o crédito. O crédito tem que ser fácil, sem burocracia e barato. Quanto mais barato e fácil é o crédito, menos as empresas falem.
Mas, os dois fatores mais importantes para que uma empresa tenha uma longa vida é a garra, a determinação, a força de vontade e a coragem dos donos do negócio para enfrentar as dificuldades. Quanto maior a dedicação e a seriedade com que o dono trata do seu negócio, menor a possibilidade da empresa vir à bancarrota. Outro fator que pode ser julgado como igualmente importante é a participação do governo em várias áreas que levem as empresas a terem menos dificuldades em suas sobrevivências. Legislação menos difícil, treinamento e consultoria grátis para os pequenos e médios empreendedores, liberação de crédito desburocratizado e barato, melhora na infraestrutura do país são algumas das ações que o setor público deve fazer para melhorar as condições de vida das empresas brasileiras, principalmente daquelas que foram abertas há pouco tempo e tanto precisa de apoio.
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