Pular para o conteúdo principal

Os maiores problemas do Brasil na visão dos brasileiros


No Brasil existem muitos problemas, vários são entendidos perfeitamente pela população que sabe as suas causas e como resolvê-los. Entretanto, muitos outros problemas, a maioria, são percebidos pelo povo, mas a compreensão das principais causas e as formas de como resolver são difusas e não claras. A opinião da sociedade brasileira sobre os principais problemas que afetam o nosso país é importante para que as autoridades possam realizar atividades que levem à redução desses problemas ou alterar a percepção da população, se essa for equivocada, por meio de divulgações, campanhas e esclarecimentos. Atualmente, quais são os principais problemas na visão do povo brasileiro? O que as pessoas acham da pobreza em nosso país? Para a sociedade brasileira o que deve ser feito para reduzir a pobreza no Brasil?

Recentemente, o IPEA publicou uma pesquisa realizada entre 08 e 29 de agosto de 2011 com 3.796 pessoas em todo o país a respeito dos problemas brasileiros, notadamente com relação à pobreza. Essa pesquisa tem, evidentemente, todo o rigor científico e apresenta margem de erro de 5%. Os principais problemas na percepção das pessoas são violência e insegurança, com 23,0%; saúde, 22,3%; corrupção, 13,7%; desemprego, 12,4%; educação, 8,0%, pobreza/fome, 6,1%; drogas, 6,1% e desigualdades, 5,8%. Entretanto, essa percepção muda de acordo com a renda, a idade ou a região em que as pessoas estejam morando.

Com relação à alteração dos níveis de pobreza no Brasil, 41,4% das pessoas pesquisadas acham que diminuíram nos últimos cinco anos, 28,1% acham que não houve mudança e 29,7% acham que aumentou. Percebe-se aqui que a percepção de muitas pessoas está equivocada porque todos nós sabemos que nos últimos anos ocorreram diminuições significativas nos níveis de pobreza em nosso país. As regiões em que o percentual de pessoas que acham que a pobreza diminuiu nos últimos anos foram o Nordeste, 48,5%, e o Norte, 46,5%. As pessoas que moram nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, 36,1%, 37% e 43,8%, respectivamente, acham que a pobreza diminuiu.

Dados interessantes extraídos dessa pesquisa são com relação do valor da renda por pessoas que a população acha que serve para definir se uma pessoa deve ser classificada como pobre ou não. Considerando o país como um todo, as pessoas acham que devem ser classificadas como pobres pessoas pertencentes a famílias cujos membros tenham renda média de até R$ 523,00 por mês. No entanto, pessoas com renda de até um quarto de salário mínimo acham que essa renda limite deveria ser de R$ 385,00. Já as pessoas com rendimento acima de cinco salários mínimos acham que deveriam ser classificados como pobres as pessoas pertencentes a famílias com rendimento por membro de até R$ 725,00 por mês.

Quanto às causas do desemprego e o que deve ser feito para que as pessoas saiam da pobreza também existem divergências de acordo com o estrato social e a região em que os entrevistados se encontram. Para as pessoas em geral, as principais causas da pobreza são o desemprego, 29,4%; educação, 18,4%; corrupção, 16,8%; desigualdades, 12,0%; má gestão pública, 6,4%, falta de oportunidades, 4,1%; drogas, 3,9%; baixos salários, 3,5%, preguiça, 2,8%, entre outros.  Para a redução da pobreza, de modo geral, 82,9% das ações que a pessoas mencionaram que devem ser realizadas estão relacionadas à área do trabalho (aumento de salário, apoiar pequenos negócios, apoiar a agricultura, etc.), 43,5%, e com a área da educação (cursos profissionalizantes, bolsas de estudo, etc.), 39,4%.

As questões que as pessoas acham relevantes devem, de fato, ser levadas muito a sério em razão de serem bastante pertinentes. A violência está presente em todos os recantos de nosso país, atingindo todas as pessoas em todas as classes sociais. A saúde é uma das maiores tragédias em nosso país. Quem depende somente dos serviços de saúde pública pode ter sérias dificuldades dada a precariedade com que os serviços de saúde na área pública em nosso país são praticados. A corrupção está presente em todas as instâncias do poder e nas mais diferentes áreas. O governo tem que ser firme no combate à corrupção, aplicando integralmente as leis existentes e criando outras, caso se faça necessário.

 O desemprego já foi muito mais sério em nosso país, no momento, estamos vivendo um período com nível de desemprego considerado adequado, embora seja importante aumentarmos e mantermos o nível de atividade de nossa economia. Educação deve ter o nível da qualidade elevada, melhoramos muito em quantidade, falta muito em qualidade. Os problemas das drogas devem ser combatidos com todo vigor, técnica e firmeza. Não devemos vacilar nessa área. A pobreza e as desigualdades de renda e riqueza devem ser combatidas de modo a tirar as milhões de pessoas que ainda padecem das mais cruéis privações. O desenvolvimento e a elevação no nível de riqueza e renda em nosso país passam necessariamente pela redução significativa ou exclusão do número de pessoas que vivem em níveis considerados pobres. É preciso trazer todas essas pessoas para a sociedade de consumo.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

Tiraram a Dilma e o Brasil ficou sem direitos e sem soberania

Por Gleissi Hoffimann, no 247 Apenas um ano após o afastamento definitivo da presidenta Dilma pelo Senado, o Brasil está num processo acelerado de destruição em todos os níveis. Nunca se destruiu tanto em tão pouco tempo. As primeiras vítimas foram a democracia e o sistema de representação. O golpe continuado, que se iniciou logo após as eleições de 2014, teve como primeiro alvo o voto popular, base de qualquer democracia e fonte de legitimidade do sistema político de representação. Não bastasse, os derrotados imediatamente questionaram um dos sistemas de votação mais modernos e seguros do mundo, alegando, de forma irresponsável, “só para encher o saco”, como afirmou Aécio Neves, a ocorrência de supostas fraudes. Depois, questionaram, sem nenhuma evidência empírica, as contas da presidenta eleita. Não faltaram aqueles que afirmaram que haviam perdido as eleições para uma “organização criminosa”. Essa grande ofensiva contra o voto popular, somada aos efeitos deletérios de ...

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), me...