Pular para o conteúdo principal

Crise econômica e oportunidades para o Brasil

A crise financeira de 2008 derrubou muitos pilares da economia mundial que estavam sustentados por bases frágeis que por sua vez afetaram muitos que tinham certa solidez, mas que foram arrastados em razão da existência de forte interligação entre os agentes econômicos. A verdade é que economia mundial sofreu e continua sofrendo, notadamente as economias centrais, as que eram protagonistas econômica, política e militarmente há muito tempo. O sistema financeiro desregulamentado derrubou a solidez de economias como a norte-americana e de muitos países europeus e deixou esses países em situação precária com baixo crescimento, dívida pública altíssima e taxa de desemprego elevadíssima. Paises como o Brasil devem aproveitar o momento para fazer disso uma oportunidade de se consolidar na vanguarda da economia mundial.

Nos anos de 2008, 2009 e 2010 a taxa média de crescimento dos países ricos foi de 01%, -3,7% e 3,1%, respectivamente. Nesses três anos a taxa de crescimento da China foi, respectivamente, de 9,6%, 9,2% e 10,3% enquanto o Brasil cresceu 5,1%, -0,2% e 7,5%. Os Estados Unidos estão menores do que estavam no início da crise e com uma dívida pública que supera o seu produto. O Japão está em situação pior e países europeus como Portugal, Espanha, Grécia, Itália, entre outros, patinam em situação de quase calamidade com taxa de crescimento negativa ou próxima de zero, taxa de desemprego ao redor de 20% e dívida pública a níveis próximos do insuportável.

O cenário mudou um pouco em 2010, mas continua extremamente crítico notadamente em razão da junção de vários fatores como o baixíssimo crescimento nas principais economias, dívida pública muito alta nesses países, forte ligação dessas dívidas com o setor financeiro de cada uma dessas economias e questões políticas e sociais em que a sociedade e as instituições terão um limite em suportar sacrifícios impostos por conta da crise. As dívidas feitas para sustentar o mercado financeiro e consequentemente a economia como um todo agora estão afetando as condições de solvência do próprio Estado que irá requerer sacrifício da sociedade para suportar essa situação adversa. Utilizando o receituário econômico há muito utilizado em muitos países do Ocidente, isso significa que esses países terão continuidade nas baixas taxas de crescimento inclusive com recessão.

A contribuição dos países em desenvolvimento para o crescimento mundial tem sido cada vez maior, principalmente com a China  que ultrapassou os Estados Unidos, com previsão para a contribuição do país asiático em 2011 e 2012 contribuir com 15,6% e 20,3% respectivamente enquanto que os norte-americanos contribuam com 7,6% e 11,5%, respectivamente neste e no próximo ano. A tendência é que países como o Brasil e Índia sejam cada vez mais proeminentes no cenário econômico mundial, participando e influenciando tomadas de decisões relevantes que afetem o mundo. Esses países não podem se dá ao luxo de esperar o bonde passar, a Índia e a China há tempos que vêem fazendo o que devem fazer. O Brasil não pode ficar atrás, a oportunidade está dada, mesmo com a fraqueza econômica de muitos parceiros é possível o nosso país crescer significativamente nos próximos anos.

O grande problema que pode afetar países como o Brasil é a taxa de câmbio visto que existe uma possibilidade real dos Estados Unidos financiarem a sua pesada dívida com emissão de dólar o que faria os países serem inundados pela moeda norte americana, fazendo com que a taxa de câmbio ficasse mais apreciada do que já está. Caso isso se confirme, (na verdade, isso já vem ocorrendo, mas poderá aumentar significativamente) será necessária a implantação de medidas que assegure uma taxa cambial compatível com a competitividade de nossos produtos e serviços no mercado mundial. Taxa de câmbio muito apreciada é importante para ajudar a segurar o aumento de preços, mas é extremamente prejudicial para as relações comerciais com os outros países, fazendo com que os nossos produtos e serviços sejam artificialmente mais caros para quem compra e mais baratos para quem vende. Ter o discernimento do que é o certo e o errado será fundamental para o Brasil saber tirar proveito da atual conjuntura econômica mundial e sair muito mais forte.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

Veja em que trabalha e quanto ganha a filha da presidente Dilma Rousseff

Paula Rousseff desfila com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato em 1º de janeiro Marcelo Camargo/Agência Brasil Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Sul em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20 e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do MPT evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento linha dura conhecido da mãe. “Ela tem fama de ser uma procuradora muito comp...