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Desemprego, metodologia e dignidade das pessoas

Para qualquer pessoa, não ter uma ocupação que lhe proporcione um rendimento que seja suficiente para atender às suas necessidades é extremamente deprimente, humilhante e motivo de muita tristeza, desesperança, amargura e, muitas vezes, desespero, notadamente quando essa pessoa não possui nenhuma outra fonte de rendimento por menor que seja. Ter um emprego representa ser independente, viver com mais autonomia e ser tratado com mais dignidade. O estado de uma pessoa desempregada é cruel e, seguramente, representa uma situação em que a pessoa é privada de muitos desejos e realizações.

Segundo trabalhos e pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, o aumento dos rendimentos das pessoas é verificado sempre que aumenta as taxas do nível de emprego na economia, os rendimentos obtidos por meio de empreendimentos dos mais diferentes tipos e por outros meios representam muito pouco em comparação com os rendimentos do trabalho, isso computado globalmente. Ou seja, em termos de valor total, os rendimentos obtidos de investimentos em negócio próprio ou trabalho por conta própria ainda são muito poucos quando se compara com todos os rendimentos obtidos pelos trabalhadores com carteira de trabalho assinada. Portanto, a taxa de desemprego é muito importante para definir a saúde econômica da população, notadamente com a metodologia utilizada pela maioria das instituições que medem esses índices.

Sabe-se que vários desses índices medem a taxa de desemprego existente apenas em algumas regiões do país, embora as mais representativas em termos econômicos e de população, e excluem as pessoas subempregadas, que fazem apenas os chamados “bicos” de forma esporádica e aquelas que deixaram de procurar emprego por desilusão ou qualquer outro motivo.  Nas regiões que abrangem as áreas de pesquisa de desemprego, o diferencial entre a taxa de desemprego que é divulgada oficialmente e a taxa que incorpora os chamado “desemprego oculto”, que são caracterizados pelos mencionados acima, é muito grande. Em algumas regiões esse diferencial chega a mais de um terço. Ou seja, para cada três pessoas que procuraram emprego nos últimos meses existe uma pessoa desempregada que não procurou emprego ou está apenas fazendo alguns poucos serviços esporádicos.

Nas condições em que se encontra o Brasil desde 2004, poderia ter criado muito mais empregos e também ter levado condições e incentivado muito mais do que incentivou a criação de empresa, o empreendedorismo e o trabalho por conta própria com alta produtividade e rendimento. Apesar das taxas que medem o nível de desemprego terem apresentado resultados decrescentes desde aquele ano, o nível de desemprego ainda é bastante alto, principalmente se considerarmos o desemprego oculto. Agora é preciso que sejam empreendidos esforços do governo, representado pelo governo federal, os estaduais e municipais, das empresas e dos próprios trabalhadores para aumentarem a produtividade, o que fará com que aumente o nível de salário sem ocasionar problemas inflacionários. Todos devem fazer o máximo e o possível para que tenhamos o máximo possível de pessoas com boas ocupações, obtendo ótimas remunerações e felizes.


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