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Melhorar a vida das pessoas requer participação mais efetiva do Estado na economia

Com todos os cuidados e perícia que as autoridades econômicas e o governo brasileiro gerenciam a nossa economia existem sempre possibilidades de ocorrerem fatos que levem a resultados inesperados e desastrosos. Nos últimos tempos o país tem experimentado melhoras nos seus indicadores mais relevantes apontando para o acerto no que vem sendo feito até agora. O país pode está despontando para ser um grande protagonista da economia mundial. Para isso, é necessária, entre outras condições, que a inflação não seja alta, que a taxa de desemprego seja baixa, que existam empresas brasileiras com filiais no exterior e que existam investimentos significativos tanto do setor privado quanto do setor público.

No momento, o que mais está mais atrapalhando o crescimento da economia brasileira são as altas taxas de juros que estão levando muitas empresas a investirem no mercado financeiro a aplicar no setor produtivo. Além disso, como os juros praticados nos outros países estão muito baixo, próximo de zero, muitas aplicações especulativas do exterior são direcionadas para o país. Isso leva à apreciação da taxa de câmbio (isso ocorre porque os dólares que entram por meio das aplicações na especulação aumentam a oferta da moeda estrangeira deixando esta mais barata em relação ao real). Os efeitos da apreciação da taxa de câmbio são por demais conhecidas. A diminuição das exportações e aumento das importações são apenas duas das que mais prejudicam o crescimento do PIB. Países como a China, mantém uma política de manter a sua moeda sempre desvalorizada em relação ao dólar para que seu comércio exterior lhes seja vantajoso, não desfavorável.

Ainda bem que existe a possibilidade real da taxa SELIC ser diminuída já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Isso, dependendo da magnitude da redução, poderá aliviar os problemas enfrentados pelo país atualmente. Isso ocorrendo já agora, poderemos fechar o ano com mais de dois milhões de empregos criados, considerando-se que nos sete primeiros meses de 2011 foram criados 1,4 milhão de novas ocupações com carteira assinada, conforme os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil.

A inflação medida pelo IPCA é que mostrou certo vigor, acumulando uma alta de preços nos últimos 12 meses terminados em julho último de 6,87%. O bom é que nos últimos meses tem mostrado uma trajetória consistente de queda, reforçando a possibilidade que queda da taxa SELIC. Os esforços para controlar a inflação deveriam ser complementados com ações que aumentasse a oferta dos produtos e serviços produzidos no Brasil, barateando os custos por meio de ajuste tributário, melhora na logística, melhor qualificação da mão de obra. Isso tendo sido feito, mas de forma bastante tímida, não produzindo os efeitos necessários.

O estado brasileiro deve ser o incentivador, o indutor e o facilitador do desenvolvimento do país e de sua gente. Apesar de muitos imaginarem que não é necessário, o Estado deve ser o protagonista na sociedade muito mais do que a oferta de serviços essencialmente públicos, mas ir além. O Estado deve gastar muito menos no mercado financeiro onde paga juros de sua dívida em valor astronômico e passar a investir muito mais do que está investindo atualmente. Nos últimos anos, a taxa de investimento do setor público brasileiro tem sido muito baixa. Somente em 2010 é que houve uma melhora sendo investido cerca de 2,9% do PIB. Seria bom que essa taxa crescesse até atingir um patamar de uns 7% do PIB. Assim, os brasileiros teriam um Estado mais eficiente com menos desperdícios dos impostos e taxas que o cidadão paga. Os recursos arrecadados pelo governo teriam uma destinação muito melhor e mais eficiente se fosse servir ao cidadão por meio dos investimentos realizados pelo governo ao invés desses recursos irem para o pagamento de juros da dívida pública.

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