Pular para o conteúdo principal

O Brasil clama por investimentos em infraestrutura




Para que qualquer país possa crescer de forma sustentada é necessário que exista uma boa preparação da força de trabalho, um capital humano bem educado e preparado, e infraestrutura robusta. Se tiver apenas um desses dois ingredientes a receita para levar um país para patamar mais alto no crescimento e no desenvolvimento terá muito pouca utilidade. Investir em infraestrutura ajuda a elevar os rendimentos dos capitais já instalados, além de ajudar a criar condições de atração de mais capitais em razão da redução dos custos para instalar, operar e distribuir produtos e serviços. O Brasil tem investido o suficiente em infraestrutura? O sistema de transporte é importante para ajudar no crescimento do país? Como o Brasil está em termos de investimento em transporte?

Os setores de energia, transportes, telecomunicações e saneamento, principalmente os três primeiros, possuem a capacidade de gerar riqueza em magnitude muito superior aos valores investidos neles próprios. Por proporcionar menores custos dos investimentos em gerais, aumentar a produtividade, ajudar a gerar economia de escala e poder transformar regiões, investir em infraestrutura deve ser um dos principais objetivos de uma nação. Infelizmente, o Brasil tem se comportado muito inadequadamente nesse quesito. Desde a década de 1980 que o percentual do PIB que o Brasil investe em infraestrutura está em torno de 2%. É um percentual muito pouco. De acordo com estudo do Banco Mundial, somente para manter o estoque de infraestrutura existem seriam necessários investimentos anuais de 3% do PÍB. Para alcançar o patamar da infraestrutura existente na China, por exemplo, seriam necessários investir em torno de 6% do PIB durante vinte anos.

Os anos têm sido bastante cruéis com o país quanto às políticas econômicas adotadas e aos vários problemas sérios pelos quais o nosso país passou. Desde os vários congelamentos de preços, hiperinflação, crises de dívida, programa de sustentação do controle de preços implantado no com o Plano Real e muitas outras situações pelas quais a nossa economia passou inviabilizaram um nível de investimentos mais substancial nas áreas de infraestrutura. Coisa que era feita na década de 1970 quando a taxa de investimentos nessa área girava em torno de 10% do PIB. Na verdade, o estado brasileiro com déficits nominais consideráveis, pagando juros muito altos, em 1999, por exemplo, chegou a 45% ao ano, e com vários outros problemas de ordem orçamentária teve poucos recursos para investir e o setor privado não teve participação significativa.

Um dos setores fundamentais entre os de infraestrutura está o de transportes. Nessa área, os investimentos são também muito baixos, em torno de 0,50% do PIB. Ao passo que países como a China e a Tailândia, por exemplos, estão em 4%. Além de ser muito reduzido, os investimentos em transportes estão concentrados no transporte rodoviário. Para este são direcionados em torno de 70% dos investimentos em transportes, enquanto para o ferroviário são destinados em torno de 20%. Isso é um dos motivos dos altos custos de logística no Brasil, visto que o transporte por ferrovia é muito mais barato do que o transporte por rodovias. Paises como os Estados Unidos utilizam uma relação inversa. Naquele país 43% do transporte é realizado por meio de ferrovias enquanto que pelas rodovias são transportados cerca de 30%.

Muitas vezes se pergunta por que o Brasil não consegue crescer na mesma taxa que a China cresce. Uma das respostas está na falta de infraestrutura. Se crescer mais, além de não termos mão de obra qualificada para vários setores, nos falta infraestrutura suficiente para atender a demanda de logística, energia e comunicação. Apesar de haver bastante carência de energia, a energia existente pode não ser suficiente para suportar uma taxa de crescimento do PIB de 10% ao ano, por exemplo, mas o mais deficiente é o setor de transporte. Esse setor deve ser tratado com prioridade, notadamente o ferroviário. A nossa economia está implorando que se invista pesadamente em energia e transportes. Construir usinas hidrelétricas, ferrovias, rodovias asfaltadas, pontes, viadutos, metro e outros tipos de infraestrutura é essencial para termos um Brasil com um perfil muito melhor do existente até o momento.


Comentários

  1. Boa noite Francisco...
    Infelizmente...os caras que estão no comando de nosso país...são pessoas como nós...
    Não que você e eu sejamos sórdidos...mas o nosso povinho...pelo amor de Deus...eta povinho triste...
    Só gosta de levar vantagem...então quando detém poder nas mãos...sai de baixo...
    Mas tenho fé de que iremos melhorar...um dia...SE DEUS ASSIM O PERMITIR...!!!
    Abraços...

    ResponderExcluir
  2. no tempo da tucanalhada
    eles faziam a alegria dos trabalhadores lá fora
    enquanto aqui dentro nossas indústrias e parques eram todas SUCATEADAS.
    -isso mudou!ainda não é tudo,mas bem que isso mudou!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

Tiraram a Dilma e o Brasil ficou sem direitos e sem soberania

Por Gleissi Hoffimann, no 247 Apenas um ano após o afastamento definitivo da presidenta Dilma pelo Senado, o Brasil está num processo acelerado de destruição em todos os níveis. Nunca se destruiu tanto em tão pouco tempo. As primeiras vítimas foram a democracia e o sistema de representação. O golpe continuado, que se iniciou logo após as eleições de 2014, teve como primeiro alvo o voto popular, base de qualquer democracia e fonte de legitimidade do sistema político de representação. Não bastasse, os derrotados imediatamente questionaram um dos sistemas de votação mais modernos e seguros do mundo, alegando, de forma irresponsável, “só para encher o saco”, como afirmou Aécio Neves, a ocorrência de supostas fraudes. Depois, questionaram, sem nenhuma evidência empírica, as contas da presidenta eleita. Não faltaram aqueles que afirmaram que haviam perdido as eleições para uma “organização criminosa”. Essa grande ofensiva contra o voto popular, somada aos efeitos deletérios de ...

Pesquisa Vox Populi mostra o Haddad na liderança com 22% das intenções de votos

Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%. O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%. O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula. Veja no quadro: Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), me...