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Pessoas que vivem ao relento merecem ajuda de todos


A moradia é fundamental para toda e qualquer pessoa viver uma vida com dignidade. É o mínimo que qualquer ser humano deve usufruir para se ter um mínimo de bem estar. Quando não se tem um local pra chamar de lar, tem-se uma das mais perversas e cruéis situações carregada de humilhações e ausência do atendimento às necessidades mais essenciais. Por que tantas pessoas ficam sem lar? Por que o poder público e a sociedade não tomam providências para acabar definitivamente o padecer dos moradores em situação de rua?


Uma das maiores tragédias que se pode imaginar em nossa sociedade na atualidade é a existência de moradores em situação de rua. Pelas mais diversas razões, pessoas deixam as suas casas, ou as não possuem, e ficam permanentemente morando nas calçadas, praças, debaixo de pontes e outros locais públicos ou privados. São pessoas totalmente desprovidas de qualquer tipo de bem que lhe possa proporcionar conforto, descontração e alegrias. Sempre sujeitos às chuvas, ao sol quente, a alguém para lhes fazer o mal e muitas outras intempéries que deixam as suas vidas tão solitárias, amarguradas, sofridas, sem perspectivas e totalmente desprezadas.


As nossas cidades estão com cada vez mais pessoas que passaram a adotar as vias como moradia. Na cidade de São Paulo, por exemplo, de acordo com um levantamento realizado pela prefeitura, existem 13.000 pessoas morando nas ruas da metrópole. São muitas pessoas que têm como o cotidiano o sofrimento e as humilhações. Em cidades como o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e muitas outras estão repletas de pessoas perambulando e dormindo nas calçadas, praças e outros locais. As ações dessas cidades em acolher e mostrar alternativas para essas pessoas são totalmente inadequadas, ineficientes e nunca são tratadas com seriedade. Existem, inclusive, notícias de cidades que tiram os seus “mendigos” e os devolvem para as suas cidades de origem ou os retiram de determinados locais e os colocam em outros isolados. Apenas tem vergonha deles, mas nada fazem para ajudá-los. Ao contrário, os impedem de ficarem onde estão.


Certamente, essas pessoas não estão nas ruas porque querem. Os motivos pelos quais elas estão morando nas ruas são os mais diversos. Desde os problemas ocasionados pelo uso de bebidas ou drogas, falta de trabalho (o que leva a faltar o mínimo para pagar o aluguel de até mesmo um barraco), desilusão familiar ou amorosa e numerosos outros motivos diversos. Nas ruas, essas pessoas são muito pouco ajudadas. Tirando algumas poucas pessoas, a algumas instituições e um pouco do poder público que lhes oferecem algumas ajudas de emergência como comida, banhos e dormida em quantidade extremamente reduzida, ninguém lhes estende a mão dando-lhes uma oportunidade para começar ou recomeçar a vida.


Não devemos ter pena de quem está morando nas ruas, ao contrário, devemos ajudar a encontrar um meio que leve essas pessoas a ter uma vida normal com moradia descente, trabalho e dignidade. Ter respeito às pessoas é não deixá-las vivendo em situação desumana. Mas, infelizmente, quase nada se observa a sociedade agir dessa maneira. Até mesmo o poder público tende, em muitas vezes dos casos, a fugir de suas responsabilidades quando se trata de ajudar efetivamente as pessoas desprovidas de lar. As prefeituras deveriam ter programas sérios que levassem à inserção dessas pessoas na sociedade, dando-lhes oportunidades de uma vida cheia de alegrias, esperanças e paz. Com a garantia de trabalho, estudo, acompanhamento médico-psicológico e outros tipos de ajuda, o poder público poderia transformar uma pessoa totalmente perdida em uma pessoa feliz, amada, alegre e produtiva passando a ser extremamente útil para a sociedade.

Comentários

  1. Com toda sinceridade esse tema é tao vasto, porque implica em respeito ao Ser Humano e quando é esse o ponto nevrálgico dificilmente encontraremos solução.

    Existem os paliativos: acomodação em abergues, comida por 1,00, campanhas de agasalho, etc....

    Tem uma propaganda da televisão que retrata bem isso: o pai ´passa indiferente ao mendigo e o filho de mão dada com ele é o único que o olha.

    Seguem adiante.

    Nós também seguimos, mas damos uma paradinha para ajudar, essa é a diferença.

    beijos, Maria Souza - Porto Alegre - RS

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  2. Olá Francisco,

    A situação descrita é mais um retrato da exclusão social de grande número de brasileiros. Infelizmente a questão habitacional nunca foi levada a sério pelos sucessivos governos.

    Algumas facilidades surgem apenas quando se aproxima a época das eleições. É o caso do Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.

    No Brasil, aos pobres faltam moradia, comida, escolas, assistência médica. Falta respeito à vida, o que é lamentável.

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  3. Olá amigo Francisco.
    Como disse a amiga Maria é um tema complexo e exige muita discussão.
    Com certeza tem que se proporcionar dignidade, fazer algum trabalho de recolocação social.
    Uma coisa é certa, estas pessoas não deveriam estar nas ruas e nem pedindo esmolas. Deviam estar trabalhando e com moradias sociais.
    Forte abraço, Fernandez.

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  4. Recentemente uma moradora de rua salvou uma menina de um estupro, e teve a sua vida mudada. Hoje ela e o companheiro (que também era morador de rua) estão retomando suas vidas, seus sonhos e construindo uma família... O que só reforça que eles não precisam de piedade, mas de uma ação efetiva, que lhes devolvam a dignidade, um trabalho, um teto, e tratamento para se livrarem das drogas, como foi o caso desse casal.
    Só precisa ter vontade política e senso de humanidade, porque recursos não faltam.

    Abraço

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  5. Francisco,

    É inaceitável essa situação, e se a solução depender da fomentação do governo, todos estarão perdidos...

    É muito triste e humilhante ver um ser humano sem teto, sem um prato de comida, sem um agasalho... Meu Deus! Isso é inconcebível...

    Parabéns pela excelente matéria.

    Bjs.

    Rosana.

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  6. Caro, Francisco Castro


    Parabenizo pelo seu texto que ficou muito claro e preciso.

    Gostaria de tecer suscintamente algums aspectos quanto ao tema abordado: primeiramente acredito sim na falta de políticas públicas voltadas ao bem estar e a dignidade da pessoa humana, o que infelizmente em nosso país é tratado como "utopia", outro aspecto que devemos levar em consideração é que infelizmente a população em sua grande maioria não tem responsabilidade na hora de votar, e por muitas vezes se vende por quimeras, e por fim, o povo brasileiro é um povo pacífico e na sua maioria das vezes desorganizado, desta forma ficamos sem forças para lutar contra este grande "buraco negro" que já vem desde o primórdio descobrimento de nosso país até os dias atuais.

    Enfim, embora sejamos minoria, fico feliz por saber que você faz parte de mais um grupo seleto que procura fazer a sua parte na medida de suas limitações.

    Saudações !!!

    Abraços.

    Cleber Serigatto Carvalho

    Advogado, Presidente da Comissão Especial de Avaliação de Estágio Probatório da Prefeitura do Município de Jundiaí, Membro da Comissão de Acúmulo de Cargos dos Profissionais da Saúde da PMJ, Diretor Jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Jundiaí.

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  7. Infelizmente as nossas autoridades não dão a devida atenção a toda essa situação. E os maiores culpados somos nós mesmos, desde o momento em que escolhemos os nossos candidatos nas eleições.

    Abraços!

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  8. Uma triste realidade que vemos crescer a cada dia nas grandes cidades.
    Acredito que não basta dar apenas o "peixe" há de se ensinar a "pescar". E tudo tem início na "educação",hoje tão desprestigiada pelos nossos governantes.

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