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Os micro-empreendedores merecem mais atenção das autoridades

As pessoas empreendedoras são muitas vezes impedidas de concretizarem os seus sonhos simplesmente por falta de recursos. Quando esses empreendedores são pessoas de baixo poder aquisitivo e sem conhecer pessoas influentes que possam lhe ajudar na obtenção de um empréstimo, certamente verão abortados os desejos de progredir com um negócio próprio. Infelizmente, o crédito bancário é extremamente caro e muito difícil de ser obtido se o tomador é alguém que esteja começando algum pequeno negócio. Quais as alternativas para essas pessoas sem recursos que queiram abrir um negócio próprio? O que o governo deve fazer nessa área para melhorar a situação? Qual a importância do pequeno empreendedor para a nossa economia?


A lei nº 10.735, de setembro de 2003, determina que 2% dos valores que todos os bancos comerciais recebem em depósito a vista sejam destinados nos empréstimos de micro-crédito. Essa lei estabelece também que as taxas de juros efetivas desses empréstimos não devem ultrapassar 2% ao mês e as taxas de aberturas não devem ultrapassar 2% para pessoas físicas e 4% para pessoas jurídicas. Apesar de existirem alguns exemplos bastante importantes de operações de micro-crédito no Brasil como o crediamigo do Banco do Nordeste e alguns outros de menor monta, no geral essa prática tem sido muito insignificante. Por exemplo, no decorrer dos anos 2006 e 2007 esses tipos de empréstimos correspondiam a cerca de 6% do valor disponível, determinado pela lei citada acima, mesmo tendo em conta que esses empréstimos são fundamentais para alavancarem muitos pequenos negócios.


O governo e as autoridades monetárias deveriam atuar firmemente junto ao setor bancário brasileiro para que este tenha uma participação mais efetiva no mercado de micro-crédito, levando desenvolvimento, geração de renda e emprego, melhora de vida e de expectativa de muitas pessoas. É sabido que esses pequenos tomadores de empréstimos são muito mais pagadores que os grandes. Imagina se os governos federal, estaduais e municipais se unirem e criarem meios e recursos humanos na orientação dos pequenos empreendedores e concomitantemente o governo federal, por meio de mecanismos próprios, fizesse com que todos os bancos passassem a emprestar dinheiro a esses pequenos empresários ou micro-empresários? Certamente, a nossa economia e a nossa sociedade sairiam ganhando muito, com a redução significativa da pobreza, da desigualdade de renda e de riqueza e teríamos ainda uma forte geração de empregos que faria com que a economia fosse auto-realimentada gerando novas demandas.


É preciso que as autoridades tenham em mente que o caminho do desenvolvimento do nosso país encontra-se nos pequenos investidores que não tem medo de correr riscos com os seus negócios e possuem um desejo tremendo por crescer, ter mais rendimentos e produzir mais. Faz-se necessário que esses homens e mulheres valentes e corajosos não fiquem desamparados, ao contrário, devem ser dadas todas as oportunidades possíveis para que todas as suas potencialidades sejam exploradas para o bem do povo brasileiro. Para que isso ocorra, além de incentivos de ordem tributária e fiscal, é preciso que existam crédito abundante e disponibilidade de assistência técnica grátis para todos os pequenos empreendedores em todo território brasileiro.

Comentários

  1. erdade Francisco. O governo tem dado bastante incentivo aos pequenos empresários mas só pode atuar através dos bancos estatais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal).
    Há dois dias vi a a notícia do aumento do prazo de empréstimos a micro e pequenas empresas concedido pelo Banco do Brasil. Mas o que pode fazer além de influenciar os demais através de bancos estatais?
    Quanto ao apoio técnico, existe o Sebrae. Mas não acredito na eficácia de ações governamentais no apoio técnico direto, já que a função do governo não é esta. O que pode fazer é conceder incentivos para instituições que prestem serviços para pequenas e médias empresas. Mas mesmo isto é complicado, pois poderia ensejar aplicações indevidas pela dificuldade de fiscalização destas ações.

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  2. meu amigo, no brasil, não sei o que acontece mas em portugal eu já tentei um pequeno negócio e tudo abortou devido a esses factores.
    falta de apoios, empréstimos com juros avultadíssimos, rendas caras demais...... sem ovos, Francisco, não se fazem omeletes.
    é isto.

    abçs

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  3. Olá Francisco!
    Creio que nós brasileiros ainda não temos essa cultura de empreendedores, prova disso é baixa porcentagem de empréstimo que você citou entre os anos de 2006 e 2007. Talvez uma saída seja ensinar as crianças, ainda na fase escolar, a se tornarem independentes e acreditarem que podem realizar seus sonhos.
    Assisti ao fim Sim Senhor, onde o ator Jim Carrey, como diretor em um banco, concede micro crédito a várias pessoas e o banco constatou que o retorno foi de quase 100%, o que lhe garantiu uma promoção.
    Esta prática, no mundo real, também conferiu sucesso ao indiano Muhammad Yunus, o que prova que é possível e dá certo.
    Mas, infelizmente, as pessoas não são educadas a acreditarem nelas mesmas e desistem sem tentar.
    Abraços
    Sônia Mesquita

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  4. acho necessário que o governo invista neste setor, sendo assim os empreendedores poderam participar ativamente no dessenvolvimento economico do país

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  5. Saudações!
    Amigo Francisco Castro,
    Gosto de ler os seus textos, porque todos abordam temas de grande relevância que sempre tocam nosso dia a dia.
    Vejo com apreensão todo esse processo que acontece com o pequeno empresário, de um lado o governo tentando fazer valer sua contribuição e de outro o embate dos empresários para administrarem a complexidade que está a sua volta.
    Uns poucos são portadores da genialidade da arte do comércio enquanto a grande maioria aprende errando, mas, o importante é que, sobrevivem os bons.
    Agora, particularmente, penso que as coisas facilitam quando se é construído um solido circulo de conhecidos em diversos segmentos, e uns poucos amigos para darem aquele empurrão e pronto ai tudo favorece.
    Outra coisa, que é imprescindível é honrar os compromissos. Picareta tem a vida curta, cedo ou tarde cai, não importa o seguimento.
    De repente se o governo resolvesse disponibilizar mais verbas para os pequenos empresários, com certeza teríamos muito mais oferta de empregos.
    Parabéns pelo excelente texto!
    Abraços!
    LISON.

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  6. Olá, Francisco

    Seu texto já diz tudo. O financiamento é o principal entrave para pequenos empreendedores. Aqui na região de Blumenau, temos o Blusol, um pequeno banco que financia de R$ 150,00 a R$ 18.000,00, com taxas de juros bem abaixo do mercado, sem taxas "surpresas" e pouca burocracia. Mesmo assim ainda é pouco. Precisamos é de mais iniciativas como esta.

    Abraços

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  7. Eu já vi muitos empreendedores dizerem: Se o Governo não pode ajudar, pelo menos que não atrapalhe.

    A Daslu nem tinha motivo para sonegar, na realidade, não há uma empresa que não sonegue. Sonegar impostos é a melhor forma de se obter lucro, fonte de corrupção também.

    No caso dos juros, eu acho absurdo, comparado com outros países, mas a carga de impostos é muito maior.

    As autoridades só passaram a apoiar essa classe tão importante para o desenvolvimento do país, quando sentirem na pele, as consequências desse sistema insano.

    Até agora eles não sentirão nem um arranhão, é impressionante, nem assalto, nem sequestro, nem saúde pública, os políticos estão imunes a tudo, até a influenza.

    Raramente a gente nota alguma postura sensata, por parte das autoridades, um desses momentos é o projeto da criação do cadastro positivo.

    ABS

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