
A rotatividade no mercado de trabalho brasileiro sempre foi um problema sério e um dos fatores que inibe o aumento da produtividade do trabalho em nosso país. As pessoas que ficam muito pouco tempo nas empresas não possuem estímulos para se dedicarem com afinco às suas atividades e pouco se desenvolvem profissionalmente. Isso é muito ruim para as empresas, para os trabalhadores e para o Brasil. Quais os principais motivos que levam à rotatividade nas empresas? O nível de rotatividade no Brasil é compatível com o encontrado nos principais países?
Ao compararmos o nível de rotatividade no emprego no Brasil com a União Européia, o Japão e os Estados Unidos, ver-se que em nosso país o percentual de pessoas que saem de seus empregos até três meses de empregadas é muito superior ao encontrado nesses países e na Europa. No Brasil, em 1996, 10,7% das pessoas empregadas mudavam de emprego ou ficavam desempregadas antes de completar três meses na empresa. Nesse mesmo ano, os percentuais para os Estados Unidos, a União Européia e o Japão eram, respectivamente, 5,1%, 3,0% e 1,3%. Em 2000, a taxa para o Brasil era de 10,4% e para os Estados Unidos, a União Européia e o Japão eram de, respectivamente, 5,5%, 4,5% e 1,5%. Já em 2008, a taxa de rotatividade do trabalho no Brasil era de 13,2% ao passo que os países e região mencionados anteriormente eram, respectivamente, na mesma ordem, 6,5%, 5,9% e 4,1%.
Observa-se que no último período houve um aumento significativo na taxa de rotatividade da nossa força de trabalho. Mas esse aumento foi também verificado nos demais países. Essa política de trocar constantemente os funcionários é uma política equivocada por parte das empresas visto que a perda em termos de produtividade, eficiência, e produção é bastante significativa. Evidentemente que existem alguns setores que recorrem a esse expediente com relação à sua mão de obra com muito mais intensidade do que em outros. Existe também o fator tamanho da empresa que sempre tem relevância visto que as empresas menores pagam salários menores o que leva as pessoas a quererem mudar logo de emprego ou a não trabalhar por salário tão baixos.
No Brasil, dois terços das pessoas que saem de seus empregos antes de completarem três meses são homens, enquanto que as mulheres são apenas 33,0%. Nos Estados Unidos, essa relação é de 44% de homens e 56% de mulheres. Na União Européia, é de 58% de homens e de 42% de mulheres. No Japão, é 40% de homens e de 60% de mulheres. Quanto à escolaridade, no Brasil, 53% das pessoas que saem de seus empregos até três meses possuem no máximo o primário, 41% o ensino médio e 6% o nível superior. Nos Estados Unidos, esses percentuais são, respectivamente, 6%, 75% e 19%. Na União Européia, são, respectivamente, 28%, 49% e 23%. No Japão, são, respectivamente, 3%, 49% e 48%.
As causas da rotatividade podem ser também creditadas ao aumento da terceirização nas grandes empresas que contratam empresas muito menores para realizarem atividades que não são atividades fins dessas corporações. As crises econômicas também são importantes para a rotatividade no emprego, a legislação trabalhista tem importância. A estabilidade política e econômica do país pode estar entre os fatores mais importantes. Ao comprar o Brasil com os Estado Unidos, a Europa e o Japão, verifica-se que em nosso país a rotatividade no trabalho é muito superior, chega a ser quase três vezes superior ao verificado nos Estados Unidos, que é onde apresenta o maior nível entre os outros três. As nossas autoridades deveriam implantar políticas visando diminuir a rotatividades no trabalho por meio de incentivo às empresas na formação de seus trabalhadores, diminuição progressiva dos tributos trabalhistas por ano de empresa, punição para quem demite sem justa causa antes de um certo período não inferior a um ano e outras medidas. Assim, teríamos uma mão de obra mais qualificada, com maior produtividade e todos sairiam ganhando.
Olá Francisco
ResponderExcluirConsidero ruim porque hoje em dia, o foco é voltado para o trabalho em equipe. E a rotatividade vai na contramão disso. Quando ela está formada, o empregado sai ou é direcionado a outra área. Isso sem falar nos gastos com treinamentos, capacitação e desperdício de tempo.
Grande abraço.
Uma ótima análise sobre este sério problema brasileiro, Francisco. Nota-se também que algumas empresas, quando se fala que poderá haver alguma recessão no mercado, já parte para demissão. Suas sugestões são excelentes. Concordo com todas.
ResponderExcluirAbraços
Sou grande defensor da formação acadêmica, técnica e comportamental dos trabalhadores. Quanto mais qualificado o funcionário melhor a relação que é gerada.
ResponderExcluirAinda vivemos do assistencialismo e isso também reflete a rotatividade.
Abraço
Rogerio Martins -
http://palestranterogeriomartins.blogspot.com/
Saudações!
ResponderExcluirAmigo Francisco Castro!
Excelente Post!
Realmente é um problema delicado a rotatividade no mercado de trabalho...Penso que todos perdem!
O ideal seria a busca da estabilidade, porém para alcançá-la se faz necessário investimentos na formação educacional/profissional, e, identificando-se previamente a verdadeira opção do candidato.
Parabéns pelo excelente Post!
Abraços!
LISON.
Francisco,
ResponderExcluirA pesquisa esta voltada para os três primeiros meses, que é justamente o período que a lei considera para a avaliação do empregado. Após esse período, gera vínculo empregatício com todos os direitos da CLT.
Acredito que as empresas se beneficiem de certa forma, mantendo o empregado por esse período gerando a rotatividade.
Beijocas
Obrigada por me visitar, seu comentário enriquece meu blog, seja bem vindo, quanto a poupança para gastar com advogados, se mandar para Leoben(Alemanha) lá a prisão é de primeira, nem precisa sair, melhor que dos trabalhadores do Brasil rsrsrs.
ResponderExcluirAbraços
Parece faltar às empresas a percepção de que um funcionário adaptado e bem treinado vai agir, cada vez mais, com eficiência no seu trabalho.
ResponderExcluirO investimento feito para qualificação do funcionário só fará trazer maior ganho para a própria empresa.