
O trânsito nas grandes cidades brasileiras tem tornado um tormento para as pessoas, com grandes perdas de tempo, dinheiro, saúde, além de aumento da poluição, de acidentes, mortes e feridos. O transporte em veículos particulares nas grandes cidades brasileiras atualmente é sinônimo de irritação, trânsito parado e muitos outros tipos de malefícios. Quais são as razões da existência de tantos veículos nas nossas cidades? O que deve ser feito para melhorar o trânsito e a qualidade de vida das pessoas? Quais são os custos do trânsito para a sociedade brasileira?
É notório que o trânsito no Brasil é responsável por um elevado custo para a sociedade brasileira, ou seja, a diferença entre o que se gastaria ou deixaria de ganhar na existência do trânsito e na ausência do mesmo é extremamente alta. Somente na cidade de São Paulo, de acordo com um estudo da Fundação Getulio Vargas, o trânsito provoca uma perda de R$ 26,8 bilhões por ano, representada somente pelo tempo perdido que deveria ser despendido em atividades produtivas. Se forem considerados os custos adicionais com combustíveis, o stress e as doenças derivadas deste, a poluição, os acidentes e outros custos seria um valor muito maior. Segundo algumas estimativas, as pessoas na capital paulista passam, em média, dois dias de cada mês no trânsito. Em um outro trabalho, o economista Marcos Cintra estimou que os congestionamentos
Segundo o órgão que cuida do trânsito no Brasil, no mês de abril de 2009 existiam no Brasil 32,7 milhões de automóveis, 11,4 milhões de motocicletas e 407,6 mil ônibus. No ano de 1999, dez anos atrás, esses números eram 18,8 milhões, 3,0 milhões e 243 mil, respectivamente. O aumento de veículos nessa magnitude em tão pouco tempo nas estradas e nas ruas de nossas cidades só poderia levar a isso: caos, sofrimento, perdas, atraso para o pregresso do país e aumento do custo Brasil. São nas grandes cidades, onde está a maioria das pessoas com maior poder aquisitivo e que, portanto, possuem recursos para comprarem os veículos que entram no mercado.
Desta forma, as grandes e médias cidades concentram a maior parte dos veículos que estão rodando atualmente. As pessoas com o maior poder aquisitivo e, consequentemente, proprietárias de veículos, geram um custo infinitamente maior do que as pessoas com renda mais baixa em termos uso de combustíveis e poluição. Por exemplo, uma pessoa que ganha R$ 3.600,00 e outra que ganha um pouco abaixo de um salário mínimo possuem uma diferença monumental com relação aos custos sociais do uso de transporte. As primeiras consomem energia nove vezes mais do que a segunda, consomem onze vezes mais combustíveis, colocam quatorze vezes mais poluentes na atmosfera e provocam quinze vezes mais acidentes de trânsito.
Existe a necessidade mais que urgente do incentivo ao transporte publico e investimentos que elevem a quantidade e a qualidade dos trens, metro e ônibus. Infelizmente, atualmente os investimentos mais significativos existentes são direcionados para os transportes de veículos particulares, deixando para segundo plano o transporte publico, chamado de transporte de massa. Dos subsídios existentes atualmente para o transporte em geral, 86% são direcionados para automóveis, motos e táxi enquanto que para as diversas formas de transporte publico recebem apenas 14% do total dos subsídios para o transporte no Brasil. Juntando a melhora da economia, a expansão do credito, a timidez das políticas para o transporte publico, a concentração nas grandes cidades e o incentivo acentuado para o uso do automóvel tem levado a esse caos no trânsito das nossas cidades. Senhores prefeitos, governadores e demais autoridades vamos deixar o transporte publico atraente para a população que utiliza veículos particulares para se locomover pelas cidades. Se existisse um transporte publico descente e eficiente, certamente existiriam muito menos trânsito, muito menos poluição, muito menos perdas para a economia, muito menos acidentes, e o que e, o mais importante, muito menos mortes nas ruas e estradas do Brasil.
Aqui em Floripa, uma cidade que era considerada calma em trânsito, agora sofre por ter apenas um único ponto de acesso à cidade. Imagine uma ilha onde vivem 350.000 pessoas e trabalham outros 50.000 tendo apenas uma ponte para ser acessada. Muitos carros, transporte público (o 2º mais caro do Brasil) de qualidade ruim e poucos acessos e mal planejados.
ResponderExcluirOlha, Francisco, o trânsito é um problema sério mesmo nas grandes cidades brasileiras. Aqui em São Paulo... só fazendo terapia pra suportar.
ResponderExcluirGera custos e perda de tempo.
Excelente sua postagem. medidas sérias deveriam ser tomadas.
Excelente post.
Abraços.
Saudações!
ResponderExcluirAmigo Francisco Castro,
Que Post Extraordinário!
Os números que você apresenta são impressionantes e nos deixa perplexos!
Uma das grandes soluções seria investir muito mais no transporte coletivo pelas próximas tres décadas.
Editar o código do transito para um português coloquial e tornar materia facultativa nas escolas e faculdades.
É uma questão de conscientização...
O grande problema é que muitos esquecem que estão dirigindo um transporte composto por aço, ferro, aluminio, cobalto, chumbo etc...Pensam que é confeccionado de borracha e pisam fundo!
Parabéns pelo excelente Post!
Abraços!LISON.
Paz seja contigo amigo Franciso!!!
ResponderExcluirOs numeros são de impressionar...!!
achei muito interessante a pequisa em relação o consumo entre classes...!!
Amigo o brasileiro é um assíduo de carros...e não vaiser de se asustar, com pesquisas mais assustadoras,do esta.....!!
paz seja contigo meu amigo .. e um bom final de semana!!!!
Francisco,
ResponderExcluirSeus textos são de uma qualidade imensurável...não canso de dizer isso! Sou super fã dos temas q vc aborda. É uma verdadeira aula...
O trânsito nas grandes cidades, principalmente SP, está caótico. Graças a Copa do Mundo (em 2010), 20 bilhões serão destinados para projetos de expansão da CPTM, EMTU e Metrô. Os investimentos nesse setor, serão um legado que um evento desse porte...deixará não apenas aos paulistanos...mas, para todos os moradores de regiões que sediarão os jogos...
Se não fosse a Copa...não sei o que seria de nós!
Não temos automóveis demais. Pense bem. O que temos é gente demais. O espaço físico tem limites. A biosfera tem limites. O planeta tem, atualmente, 6.600.000.000 de habitantes NOMINAIS e 660 trilhões de habitantes POTENCIAIS. Essa é a realidade. Temos que enxergar isso. Tudo o mais, é apenas consequência dessa insanidade.
ResponderExcluirOlá Francisco,
ResponderExcluirÓtima reflexão! Com essa euforia toda de pré-sal, copa e olimpíadas, o Brasil tem botar os pés no chão e rever os projetos urbanísticos (se é que houveram). As cidades precisam ser mais humanas, verdes e voltar a ser um espaço para as pessoas. Os carros fizeram do espaço público um ambiente hostil e inóspito. Quem que já não pegou um engarrafamento na marginal e não se sentiu em "mad max". Sou completamente a favor das bicicletas como parte da solução do problema. abraços e virei leitor do seu site!