
O desemprego é um problema muito sério, deixando as pessoas acometidas com ele em muitas dificuldades e com muitos outros problemas para serem resolvidos. Independentemente de idade, posição social, grau de instrução e gênero o desemprego causa muitos inconvenientes afetando negativamente o bem estar, as relações pessoais, familiares, sociais, o progresso e o sucesso na vida. Em que faixas etárias o desemprego atinge mais as pessoas? Quais os níveis de instrução em o individuo tem mais chance de ficar sem emprego? Estudar mais significar não ficar desempregado?
O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) utilizando dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) das seis maiores regiões metropolitanas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre) realizou um levantamento com várias informações a respeito do desemprego. Existe uma diferença muito grande de taxas de desemprego das pessoas mais pobres se comparada com as pessoas com renda mais alta. Utilizando os conceitos do IPEA, os pobres (pessoas com renda per capta familiar até meio salário mínimo por mês) em julho de 2009 tinham uma taxa de desemprego igual a 23,1% enquanto que no grupo de pessoas com renda maior tinham uma taxa de desemprego de apenas 4,4%. No ano de 2002 essas duas taxas eram 21,0 e 6,7%, respectivamente. Nesse período, houve, portanto, um aumento de desemprego entre os mais pobres e diminuiu entre os que possuem maior renda.
Em termos de repartição da renda, em março do ano de 2002 nessas seis regiões metropolitanas, os 20% mais pobres eram responsáveis por 25,6% do total de desemprego existente nessas áreas enquanto que os 20% mais ricos eram responsáveis por apenas 9,7%. No mesmo mês do ano de 2009 essas mesmas relações eram, respectivamente, 40,4% e 5,2%. Isso mostra claramente que nos últimos sete anos o desemprego tem atingido mais fortemente as pessoas remuneração baixas. Apesar da última crise ter afetado mais as pessoas com maiores rendas, isso não foi suficiente para inverter a tendência que vinha desde 2002 das pessoas mais simples ficarem desempregadas com mais freqüência e terem mais dificuldade de conseguirem uma nova colocação formal.
Como é de se esperar, a taxa de desemprego é mais forte nas pessoas com menos idade do que nas mais maduras e com muita experiência. Por exemplo, em julho de 2002, 26,9% das pessoas desempregadas tinham até 20 anos de idade, 55,7% estavam na faixa compreendida de 21 a 41 anos, 12,1% estavam na faixa compreendida entre 42 e 50 anos, 5,1% na faixa compreendida entre 52 e 64 anos e 0,3% acima de 64 anos. Em julho de 2009, esses percentuais eram os seguintes, respectivamente, 23%, 59,9%, 11,2%, 5,3% e 0,6%. Portanto, nesse período de sete anos, as pessoas mais jovens passarem a responder menos pelo desemprego enquanto que as que possuem idade intermediária (21 a 41 anos) aumentaram a parcela de desemprego que são responsáveis.
As mulheres respondem pela maior parte do desemprego, em meados de 2009 os homens eram responsáveis por 45% enquanto as mulheres, evidentemente, eram responsáveis por 55%. Em 2002, essa relação era de 48% dos homens e 52% das mulheres. Quanto ao grau de instrução, nos últimos sete anos tem havido um crescimento muito grande de pessoas com maior escolaridade. Em 2002, as pessoas 11 anos ou mais de estudo representavam 36% dos desempregados, enquanto que em 2009 as pessoas nessas condições representavam 56,1 de pessoas sem empregos e que estão a procura de uma colocação. Nesse mesmo período houve redução na participação das pessoas com nível de instrução mais baixa entre os desempregados.
As pessoas deveriam não sofrer desse tipo de problema, o desemprego deveria ser combatido com todos os meios possíveis. O desemprego massacra, as pessoas, a sociedade e o país. Combater o desemprego estará ajudando a todos. As pessoas menos desprovidas de recursos são as que mais sofrem e as que mais freqüentemente ficam desempregadas. Ao mesmo tempo, ter estudo não é sinônimo de emprego, ao contrário, é na faixa de pessoas mais instruídas onde reside o maior nível de desemprego. Uma das explicações pode ser que atualmente as pessoas buscam estudar mais, elevando o nível médio de formação dos trabalhadores em geral. Entretanto, somente estudar e formar capital humano não garante o progresso da nação. O que pode emergir daí é um exército de doutores desempregados. Ter fatores de produção (maquinas, equipamentos, mão de obra altamente qualificada) não é suficiente para que uma nação alcance o progresso. É necessário que a demanda se faça presente também, ter para quem vender a produção é essencial.
Você me deixou um pouco mais animado ao afirmar que a taxa de desemprego é menor entre os mais velhos. Acredito que não tenha sido sempre assim.
ResponderExcluirAcredito que cursos específicos sobre a área na qual atuamos ajuda na recolocação.
Mais importante do que cursos, é cursos nas áreas de atuação profissional.
Abraços.
O trabalho proporciona dignidade ao cidadão. O brasileiro anda com a auto-estima em baixa pois, enfrenta a luta contra o desemprego há anos.
ResponderExcluirAs empresas por sua vez abusam da necessidade do trabalhador, baixos salários, acúmulo de função, exigências acadêmicas absurdas e muitas vezes, assédio moral.
Graduação, pós, inglês fluente e mais vários anos de experiência no cargo...p/ q??? Apenas como forma de desclassificação, de filtrar o número de candidatos que concorrerão às vagas.
Quando o brasileiro consegue pegar o canudo na mão (o dito diploma) e terminar de pagar as mensalidades de uma faculdade...ele pensa...ah...agora eu entro no mercado. Q nada...mera ilusão! Qdo ele vai tentar ingressar no mercado, descobre que para aquela determinada vaga é exigido a pós...qdo ele consegue fazer a pós...ixi...agora exigem o inglês e por aí vai.
Dignidade...é isso que precisamos!
O negócio é nunca mais parar de estudar!! E nossa época (atual), de tanta velocidade em tudo, até no sexo, não podemos mais nos dar ao luxo de viver de papo pro ar!!
ResponderExcluirAbçs!!
Oi, Francisco!
ResponderExcluirParabéns pelo artigo. O problema maior quie vejo no desemprego é a baixa auto-estima. A pessoa fica depende da outra e isso não traz diganidade para ninguém.
O que me deixa mais preocupado são empresas que demitem o funcionário com anos de Casa, qdo ele está há poucos anos de aposentar, por exemplo. Isso é uma falta de respeito com o trabalhador.
Abraço,
http://cafecomnoticias.blogspot.com
Saudações!
ResponderExcluirAmigo Francisco Castro,
Eu gosto muito de ler os seus textos, pois todos são de uma riqueza inestimável e vêm reforçados com estatística de institutos sérios de pesquisas econômicas, os números que você apresenta já diz tudo.
O seu texto de hoje, traz um tema que na realidade é preocupante, e para lhe falar a verdade, nos corta o coração. Só de se transportar em imaginação e procurar visualizar a falta do pão na mesa de um desempregado é verdadeiramente triste. E o pior, amigo é que muitos precisam tanto de apenas uma oportunidade e não encontram.
Quer queiramos ou não, o mais certo é estudar, para que possamos ter novos horizontes, novas perspectivas de vidas, e preferencialmente até os últimos dias de nossas vidas.
Parabéns pelo excelente Post!
Abraços!LISON.
Artigo legal, Francisco. Mas acho que depende pelo menos uns 70% dos atuais desempregados para reverter este quadro.
ResponderExcluirbjs.
Olá. parabéns pelo seu artigo. Gostaria de dizer que tenho 41 anos e fiquei desempregado. A rescisão, junto com o seguro desemprego não dá pra mais que 5, ou 6 meses....
ResponderExcluirJá cansei de mandar curriculum. tenho certeza de uma coisa: já me candidatei a um monte de coisas. Coisas que até seriam, digamos, abaixo do que posso oferecer como profissional. Portanto, só há uma conclusão: 41 anos, você pode ser oque for que já está morto!!
Obrigado!
Boa noite,Francisco,o seu texto foi de grande utilidade pra mim nesse momento, era tudo que precisava para concluir um trabalho de escola sobre o desemprego!Um abraço
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