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Por que devemos financiar os programas sociais?


Existem muitas pessoas que contestam os programas sociais do governo que ajudam muitas pessoas pobres a amenizarem os sofrimentos causados pelas dificuldades que a pobreza e a miséria lhes impõem. Para os críticos desses programas, o governo deveria diminuir os gastos com esses programas sociais porque estes são extremamente onerosos para os cofres públicos, prejudicando o crescimento e o desenvolvimento econômico em nosso país.


Nos anos 1960 e 1970, a nossa economia teve taxas de crescimento altas levando a um aumento significativo no nível de renda do país, mas, infelizmente, uma parte grande da nossa população não teve benefício considerável desse aumento da renda porque esta não foi distribuída, prevaleceu a idéia de que primeiro o bolo deveria crescer para depois ser distribuído. Isso levou a um aumento da já alta concentração de renda em nosso país. A classe pobre somente se beneficiou do crescimento econômico nesse período por meio da oferta abundante de emprego, entretanto, o nível do salário era extremamente baixo se comparado com os lucros auferidos pelos empresários. Isso levou a uma concentração muito grande da renda e à formação de uma forte demanda por serviços sociais e reformas nas áreas sociais para atender a uma grande camada da população que estava sem perspectivas, vivendo na mais pura pobreza.


Em meados da década de 1980, com a retirada (até que enfim!!) dos militares do poder, a população pôde clamar livremente por justiça social e almejar melhores condições de se viver. Isso culminou com a promulgação da Constituição de 1988, a chamada Constituição Cidadã, na qual contemplava mudanças significativas nas questões sociais e da ajuda do governo para amenizar o sofrimento da pobreza e também preconizava a implantação de programas que visassem à redução do número de pessoas vivessem na miséria.


Entretanto, no decorrer da década de 1990 muitas dessas conquistas determinadas pela constituição de 1988 foram reduzidas ou até extintas por estarem contra a onda reinante de então que era a visão imposta pelo neoliberalismo. Mas, alguns desses programas foram implantados, embora com modificações posteriores. Um desses programas é a seguridade social cuja vinculação ao salário mínimo e o aumento deste bem acima da inflação tem levado uma vida descente para muitas famílias em todo o país. É sabido que milhões de famílias dependem da aposentadoria dos idosos, existem exemplos de filhos, netos e outros agregados dependerem total ou parcialmente do que os mais velhos da família ganham como aposentados. Muitos dos críticos querem desvincular os benefícios do salário mínimo, mas isso vai totalmente contra a política de diminuição da concentração de renda. Isso é um custo social que vem de muitos anos e que a sociedade brasileira tem que arcar para reduzir esse fosso social.


Outros benefícios da área social, como o “Bolsa Família” que atende mais de onze milhões de famílias e a cerca de quarenta milhões de brasileiros ajudam a proporcionar dignidade e um pouco de conforto para quem não possui nem o que comer. Ser contra um programa desses qualquer pessoa de bem senso não seria, mas infelizmente existem muitas pessoas que são contra. Certamente, o caminho único da redução da pobreza não são somente esses programas sociais como o Bolsa Família, as aposentadorias entre outros, mas também a implantação de programas que visem de forma sistemática a qualificação profissional; incentivo a abertura de negócios próprios, dando assistência técnica e financeira no empreendimento; oportunidade de emprego para as pessoas qualificadas que não abrirem um negócio próprio; incentivo à formação de cooperativas tanto nas cidades como nas zonas rurais; entre outros tipos de ações.


A busca de reparar as injustiças sociais que abatem sobre os mais pobres em nosso país durante boa parte do século passado é um dever de toda a sociedade brasileira. O governo brasileiro já deu o início da correção dessas injustiças, entretanto, é preciso aprimorar esses métodos com a complementação de programas que levem as pessoas que estão na dependência dos membros aposentados da família passem a não mais depender. O mesmo pode-se dizer das famílias que dependem do Bolsa Família, com programas que levem a aumentar a produtividade dos membros dos beneficiários passarão não mais depender desse auxílio do governo e, ao contrário, passarão a pagarem mais impostos pelo aumento de suas renda e, muito provavelmente, passarão a gerar emprego para quem está desempregado.

Comentários

  1. Amigo Francisco,

    Muitas pessoas tem levantado-se contra o bolsa familia,dizendo que é bolsa esmola,bolsa isso,bolsa aquilo,mas eu que ja tive a oportunidade de presenciar quanto ela beneficia aquelas pessoas mais humildes,posso afirmar que é sim um grande projeto de distribuição de renda,mas as pessoas que se acostumaram á viver da pirâmide social,aquela em que a base mantem um reduzido numero de contemplados,nunca vai aceitar isso,quando falamos em educação,é um raciocínio lógico sim,mas quando nos deparamos com a realidade,tiramos uma outra conclusão,aquelas pessoas idosas,que mal sabem escrever o nome,dificilmente se tornarão doutores,portanto são vitimas de um sistema nefasto que comandou essa nação por seculos,devemos vislumbrar o futuro,mas com os pés no chão,aceitando que a única alternativa plausivel para levar dignidade á essas pessoas são sim os projetos assitencialistas,complementados com um projeto sério de educação.

    Quando falam que deveria-se levar industrias para o sertão,será que não sabem que lá não tem mão de obra qualificada?A geração que está se desenvolvendo agora poderá vislumbrar um futuro melhor,mas as pessoas qe já têm certa idade têm que serem ajudadas sim.

    Um forte abraço,amigo.

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  2. Saudações!
    Amigo Francisco Castro,
    Um Excelente Post!
    O seu texto demonstra de forma inequívoca a importância que devemos dar a todos os programas voltados a atenuar o sofrimento de nossos irmãos que passam temporariamente pela falta do pão de cada dia.
    A mensagem em tela faz referências ao programa “Bolsa Família”. Penso que, como os demais programas de governo, necessitam de correções.
    É importante ressaltar que, o programa em tela, tem suas origens em programas de governos anteriores, passando pelo falido “Fome Zero”, - nascido em 2002, falecido em 2003-.
    O “BOLSA FAMÍLIA” É UM EXCELENTE PROGRAMA, E O MAIS ROBUSTO $$$ DAS AMERICAS.

    Trabalhando em silêncio, o brilhante, Patrus Ananias, teve a idéia de juntar numa “cesta” quase todos os programas sociais e carimbou-o de “Bolsa Família”.
    Assim, o “Cesta Família” passou a ser o carro chefe de 3 em 1.
    1º- ATENDE REALMENTE OS MAIS NECESSITADOS;
    2º- se fez símbolo maior de um marketing eleitoral e reeleitoral e
    3º- consegue atender os interesses politiqueiros, principalmente nas pequenas cidades, onde são beneficiados os indicados por cabos-eleitoras de prefeitos, vereadores e demais lideranças. A prova é a avalanche de ações que correm nos fóruns das pequenas cidades.
    Quando o rio São Francisco e Amazonas correrem ao contrário, farão as correções.
    Prezado, Francisco Castro,
    Quando as condições nos permitem, devemos ajudar quem realmente necessita... A fome fala mais alto.


    Sua mensagem é verdadeiramente humanista... Parabéns!
    Abraços,
    LISON.

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  3. Francisco!

    Não apóio esse tipo de programa não por tirar dinheiro do país. Muito pelo contrário. Acho que tem de se investir, sim. Só acho que o buraco é mais embaixo.
    Entretanto, tenho a consciência de que a fome fala mais alto sim, e que o crescimento da educação e das melhores condições de vida da população se dão a longo prazo. E a fome não espera. Enquanto trabalhamos para o longo prazo, utilizamos estes meios para resolver os curtos. =)

    Abraço!

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  4. Francisco, eu critico o bolsa família pelo valor diminuto dele. E que (eu mesma já ouvi...) alguns pobres acharem que ter mais filhos siginifica receber mais dinheiro deste programa. A idéia central e seu benefício é mérita. Porém eu lamento que seja tão pequena em valor visto que as necessidades pessoais mal serão amparadas. Já foi pior, claro. Mas pouco contribui aos que dela precisam. Os políticos gostam de usar esta ferramenta em campanhas, ou criticam ou prometem melhorias nunca cumpridas. Seria muito bom ter a certeza que um dia programas assistenciais sejam mais abrangentes e significantes para os brasileiros.

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  5. O maior problema desses auxílios não é o valor gasto e sim a distribuição que é usada para fins eleitorais. Aqui na minha cidade em uma eleição passada, cinco mil famílias receberam seus cartões poucos dias antes da eleição.
    Também é preciso que haja fiscalização, pois há muitas pessoas que não têm direito e ganham por serem amigas ou parentes de políticos.

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  6. É um bom programa mas o valor distribuido é muito pouco para fazer face as necessidades dos que dele fazem uso. Acho também que deveria haver um controle mais eficaz para evitar o mau uso do programa.

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  7. Para aqueles que não possuem o básico, e pior, os que estão morrendo de fome, e isto é uma vergonha para o mundo, o bolsa família é sim de grandíssima ajuda. Ir contra a esse benefício, é o mesmo que dizer: Morram, pois não concordo. E nada justifica, mas nada mesmo,a morte de uma pessoa por falta de ajuda.

    Resumindo, sou a favor. O que penso, é que não deveria ficar por aí, por uma série de questões que os amigos acima expuseram muito bem. Mas já é melhor do que nada.

    abraços
    andrea

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  8. Olá Francisco! Bolsa família teve início com o excelente bolsa escola idealizado pelo então senador Suplicy. A idéia é genial - beneficiar com dinheiro (e não com cesta básica) as famílias que colocarem suas crianças na escola. As mulheres (mães) têm preferência em receber o benefício já que sabidamente são elas que mais gastam seu salário em benefício dos filhos. O Bolsa família segue as mesmas regras e ainda não inventaram um mecanismo mais eficaz de distribuição de renda em nosso país. Falta de fiscalização, desvios, uso eleitoreiro, é ruim, é claro mas não desfaz o benefício que, ao meu ver, este programa trouxe para a população.
    Abração!

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  9. OLÁ Francisco Jamais serei contra
    programa social do governo sou a favor de que faça mais porque o dinheiro circula e estas pessoa que recebem vão gastar e os impostos ja estão imbutido nós alimentos isso gera riqueza para o Brasil, o que sou totamente contra
    é a farra que eles fazem no congresso nacional com o dinheiro
    público abraços amigo seu blog é 10.

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