São quase sempre recorrentes as reclamações de muitos empresários contra a carga de tributos que incide sobre a folha de salário dos trabalhadores brasileiros. Segundo a visão de várias pessoas, uma reforma nas leis trabalhista é urgente e que, segundo essas mesmas pessoas, uma reforma que desonerasse parte do que as empresas pagam ao fator trabalho aumentaria o nível de emprego em nosso país. Será que isso é verdade ou é apenas para aumentar os ganhos das empresas e diminuir as garantias e os benefícios dos trabalhadores?
Essa questão é por demais controversa e que envolve muitos aspectos que devem ser levados em consideração. De um lado, existem aqueles que estão trabalhando e que desejam manter as suas conquistas obtidas ao longo de várias décadas e que hoje fazem parte do arcabouço dos seus direitos e garantias, do outro, estão os empresários que reclamam da alta responsabilidade que passam a ter após contratar alguém. Existe também uma reclamação de que ao demitir um funcionário e pagar os seus direitos, a empresa está sujeita a qualquer momento ser cobrada por pesadas multas e direitos do trabalhador. Esse problema é verificado empiricamente por milhares de trabalhadores que ao sair de uma empresa além do dinheiro da rescisão do contrato de trabalho conta também com o dinheiro que irá obter na justiça por meio de um advogado, na verdade, existe uma verdadeira indústria no meio jurídico especializada em “colocar as empresas no pau” como se diz por aí.
Querer excluir direitos como décimo terceiro salário, férias, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) não pode ser admitido e esses direitos devem continuar, entretanto existem muitos outros tipos de contribuições (que ultrapassam os 100% do salário) que devem ser alterados e até excluídos. Infelizmente, muitos empresários e seus representantes querem extinguir garantias como férias, FGTS, etc, certamente, as pessoas de bom caráter não deixarão isso acontecer.
No Brasil existem muito mais pessoas na informalidade do que as que estão formalmente empregadas com a carteira assinada e, portanto, tendo todas as garantias postas em lei. Segundo o IBGE, existem cerca de 31,5 milhões de pessoas formalmente empregadas enquanto que em torno de 48 milhões estão em empregos precários sem carteira assinada ou simplesmente não trabalham de forma alguma. Para muitas pessoas, a causa de tanta informalidade nas relações de trabalho são os altos encargos trabalhistas. Será que essa afirmação é verdadeira ou as variáveis que poderiam variar, de fato, seriam ou os salários ou os lucros das empresas? Essa hipótese pode ser discutida, mas eu imagino que isso pode ser razoável para algumas empresas, não para todas as empresas. Um exemplo empírico que pode ser citado foi o aumento dos benefícios aos estagiários ocorrido no final de 2008, aumentando, em conseqüência, os gastos das empresas com cada estagiários. O que se observou após a aprovação dessa lei foi a diminuição acentuada na quantidade de estagiários por parte de várias empresas. Mas, isso não significa que o mesmo efeito poderia ocorrer com os trabalhadores em geral caso houvesse uma diminuição dos direitos trabalhistas porque envolvem muitos fatores, ou seja, se diminuíssem os direitos trabalhistas uma quantidade grande de trabalhadores seriam contratada.
Uma coisa é certa, nos países em que a legislação trabalhista é mais rígida a taxa de desemprego é mais alta do que nos países onde ela é menos rígida. Eu sempre defendi que em momentos de crise se pudessem usar mecanismos que minimizasse o número de desempregados. Pelo que consta, existem na legislação vigente atualmente meios que permitem realizar variações de salários e outros benefícios em prol da manutenção dos empregos. É inconteste que os direitos trabalhistas para as pequenas empresas devem ser diferentes dos das grandes empresas porque estas últimas têm uma capacidade financeira e econômica muito maior. O trabalho proporciona dignidade e moral à pessoa, o desemprego representa a decadência, a miséria e a indignidade, portanto, deve ser minimizado a todo custo, mas não devemos, para isso, deixar precários os empregos existentes.
Oi, Francisco!
ResponderExcluirInfelizmente a informalidade é um fantasma de muitas profissões. O pequeno empresário aqui no Brasil, que deveria ser uma classe com mais apoio fiscal, é obrigado a pagar uma alta taxa tributária. Por isso, muitos empreeendedores preferem contratar na informalidade. Eu mesmo, como jornalista, estou como autônomo há mais de um ano. Espero que a reforma trabalhista venha e o que o Governo não seja tão guloso com os impostos. Parabéns pelo artigo!
Abraço,
=]
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Que as tributações são um peso para os empregadores ninguém discute, mas no fim das contas quem paga tudo isso é o empregado e todos também sabem disso. O fato é que ninguém quer ceder em detrimento de seus ganhos. Aí fica difícil a reforma. O governo quer continuar arrecadando; o empregador quer continuar tendo lucro; o empregado quer seu salário completo e seus direitos preservados, portanto, conseguir um meio termo que agrade a todos é praticamente impossível. Vamos ver no que vai dar essa tal reforma.
ResponderExcluirAbraços
Olá, amigos Wander, Mauríicio e Darcy!
ResponderExcluirTodos os três comentários são bastante pertinentes e eu concordo com o que está escrito neles.
As questões que envolvem a reforma das leis trabalhista são cobertas de polêmicas porque ninguém quer perder. Mas é sabido que principalmente os pequenos empresários tem tido grandes dificuldades para manter seus empregados por conta do grande peso dos impostos e contribuições que incidem sobre a folha de salários.
Abraços
Francisco Castro
Francisco,
ResponderExcluirEsse assunto é muito polêmico,á cada vez que ele entra em pauta,vemos uma grande mobilização de varios setores para que ele não prossiga,é realmente difícil saber quem ganha e quem perde com essas reformas.
Um forte abraço,amigo.
Obrigada pela sua visita ao meu blog!!!
ResponderExcluirQuando você passou por lá ainda não tinha nada, agora postei coisinhas legais, dá uma passadinha por lá, ok???
Beijos
Esse assunto é polêmico e a té difícil de opinar.
ResponderExcluirÉ muito caro manter um empregado.
Ninguém quer perder direitos adquiridos.
A crise e a informalidade estão ai para quem quiser e tiver olhos para ver.
Só não sei a solução.
Muito bom teu texto.
Beijos
Oi, ví o comentário que você fez no meu blog, o Xadrez, no post "TOME MUITO CUIDADO COM O QUE VOCÊ DIZ..." e por um lado você tem razão... Enfim o que acha de trocarmos links?
ResponderExcluirFrancisco, a pergunta recebe respostas diferentes se formulada de forma diferente. VOCÊ É A FAVOR DE REFORMA TRABALHISTA QUE MODERNIZE OS DIREITOS DOS TRABALHADORES?
ResponderExcluirA mesma pergunta, uma enorme diferença nas respostas. Ninguém em sã consciência vai vir a público dizer: EU QUERO TIRAR DIREITOS DOS TRABALHADORES.
Quem é a favor de TIRAR?
Todos são a favor de ACRESCENTAR,ADICIONAR, DAR MAIS.
A reposta vem do coração, não do cérebro, é presidida pela emoção, não pela razão.
Uma outra pergunta instigante: VOCÊ ACHA QUE A CLT, INSTITUÍDA QUANDO NÃO EXISTIA COMPUTADOR PRESTA-SE PARA REGER RELAÇÕES DO MERCADO DE INFORMÁTICA?
Então, não se trata de TIRAR DIREITOS mas de incluir relações sequer existentes quando da edição da CLT, absolutamente superada pelas novas profissões. Pode a CLT ser um elemento gerador de riqueza para um webmaster, por exemplo, se quando editada sequer existia esta profissão?
Defender a CLT dá atraso, conflito e principalmente VOTOS!
Olá, estimado amigo Nacir!
ResponderExcluirVocê como um observador privilegiado por ser responsáveis por negócios memoráveis dando vida a empresas em vias de faslir e tranformando-as em altamente lucrativas por meio de negociação e vendas tem os conhecimentos e a autoridade para escrever essas sábias palavras.
A primeira vista, parece que temos alguma divergencia a respeito do tema tratado nesse post, mas, ao contrário, nossos pontos de vista são quase que totalmente convergentes. Eu sou a favor de alteração da CLT que reveja alguns pontos que hoje pareçam arcaicos e outras medidas que deixem o mercado de trabalho mais dinâmico e mais razoável para o empregado.
Entretanto, direitos como férias, décimo terceiro salário, descanso semanal, 44 horas semanais e FGTS, não devem deixar de existir e nem ser alterados.
Esperamos que os nossos legisladores tenham a capacidade de encontrar um caminho que leve ao bom senso e que não prejudique nenhuma das partes, mas que leve ao melhor para o mercado de trabalho no nosso querido Brasil.
Abraços
Francisco Castro
Francisco,
ResponderExcluirVocê é um provocador. Escolheu tema é titulo justamente para provocar. Acertou na mosca, na escolha da polêmica. Afirmo que se eu trabalhasse 44 horas por semana minha família passaria grandes dificuldades, considero que a maioria da população pode ser mais eficiente do eu ou mesmo preferir passar dificuldades a alterar a Vaca Sagrada da CLT. Quando tirei férias de 30 dias? Ah! Quando estudava no primário, afinal era a infância, depois de adulto adotei responsabilidades incompatíveis com as férias de 30 dias. Segue a polêmica...
"existe uma verdadeira indústria no meio jurídico especializada em “colocar as empresas no pau” como se diz por aí"
ResponderExcluiré,Francisco,existem "trabalhadores"e trabalhadores,assim como "empregadores" e empregadores.Já fui extremamente explorada dentro da "legalidade",com meus "direitos trabalhistas assegurados" e vivenciei o outro do lado,sendo respeitada e segura na "informalidade".
" O trabalho proporciona dignidade e moral à pessoa, o desemprego representa a decadência,"
Trabalho e emprego não são sinônimos.Mas concordo,que uma pessoa que esteja se desenvolvendo,atuante e gerando renda,realmente contribui de forma positiva na sociedade.
Parabéns pelo blog,acompanho sempre.
Nacir, para a maioria dos trabalhadores as férias são necessárias para repor as enegias físicas e mentais. Assim, a sua produtividade aumenta. Uma jornada longa também é muito prejudicial ao trabalhador, principlamente para quem trabalha em fábrica. Para quem trabalha em escritório sofisticados não tem necessidade de férias de 30 dias.
ResponderExcluirO trabalho dignifica as pessoas e enobrece a alma. O trabalho é a melhor forma de gerar riqueza para a nação, mas também devemo tratar bem os nossos trabalhadores.
Abraços
Querido Francisco,
ResponderExcluirQue vespeiro você foi mexer....Mas é isso mesmo, eu como micro empresária e sofredora, desiludida demais com o que chamamos de "trabalhador brasileiro", levada à justiça por pessoas que se diziam e se comportavam como "amigas" mais que funcionárias, para receberem 1mil reais...digo que realmente a nossa vontade é de pagar mais, dar mais beneficios, ajudar mais, compartilhar mais principalmente com aqueles que de fato são bons funcionários, dedicados e comprometidos. Mas nesta classe perante a lei estão incluidos os "péssimos" funcionários também. Fazer o que? Como micro empresária tenho incentivo com o supersimples, mas mesmo assim fica caro tb. Sobreviver neste país de "caloteiros" é um milagre todo dia.
Na justiça do trabalho não importa se a empresa está com problemas e se muitas vezes estes problemas foram causados por ineficiencia de trabalhadores, o que vale é a lei e perante ela estamos sempre errados.
Sabe o que fiz pra sobreviver? reduzi para 1/3 o número de funcionários adotando um sistema que ensina no lugar do professor e infelizmente não posso oferecer a qualidade que queria, mas pelo menos sobrevivo e já veja formas de crescer com uma lucratividade maior.
Parabéns pelo post.
Abraços.
Olá, Adriana!
ResponderExcluirAlém da pesada carga tributária em geral que o pequeno empresário está sujeito, existem uma infinidade de impostos e contribuições relacionados com a folha de salários. É muito dif%. É muito difícil as pesquenas e médias empresas conseguirem se firmar no mercado trabalhando honestamente.
Eu acredito que sejam necessário que ocorram ajustes, visando duas coisas principais: a maior oferta de empregos e maiores facilidades para as pequenas e médias empresas em nosso país.
Abraços
Francisco Castro
Olá, amiga Harah!
ResponderExcluirAs empresas deveriam ter alguma segurança jurídica em relação à contratação e demissão de funcionários. Porque ao demitir um funcionário mesmo pagando os seus direitos ainda estará sujeito a pagar indenizações.
Deveria existir mais incentivo para para o trabalho, não somente para o emprego. No trabalho pode-se exercer uma função por conta própria e tem-se muito mais chances de ganhar mais sem pagar tantos impostos.
Abraços
Francisco Castro
ferias, decimo terceiro e outros não deveriam ser modificados. Acho que existem outras maneiras de gerar emprego e melhorar a economia do país.
ResponderExcluircomo tudo no Brasil o problema está ligado a forma que os impostos são cobrados, deveriam colocar os impostos de forma que não importe tanto o numero de empregados mas o faturamento da empresa.
quero dizer tornar mais barato contratar com carteira assinada, afinal não adianta muito ter tantos direitos garantidos se muitos estão na informalidade.
Olá, Fabiano!
ResponderExcluirVocê tem toda razão, eu também sou contra acabar com férias, décimo terceiro salário e o FGTS. É uma boa idéia essa de cobrar os impostos no faturamento ao invés de ser cobrado na folha de pagamentos dos empregados.
Abraços
Francisco Castro
Caro Francisco, tudo bem?
ResponderExcluirPrezados parceiros que comentaram, meus respeitos.
Debates desta envergadura são sempre sadios e não fazem mal à saúde.
Impossível esgotar o tema neste espaço. Talvez cheguemos perto, e desde já proponho, que esta discussão fique aberta por muito tempo.
a)De pronto sou contrário que se rasguem a CLT e os direitos adquiridos dos trabalhadores, conseguidos após o derrame de muito sangue; b) Proponho que as três instâncias de governo, cobrem através de ações Judiciais ss criminosas sonegações praticadas por médias e grandes empresas nacionais e transnacionais de grandes somas com FGTS,INSS, PIS/PASEP, IR, 13º salário, férias, horas extras e outros direitos trabalhistas. Enquanto que o trabalhador que se apropriar de um pão francês numa padaria, ou de um parafuso, um alicate, um pedaço de carne em local de trabalho, enfim, crimes de bagatela, ele é punido exemplarmente com “justa?-causa”, além de passar por sérios constrangimentos e execração pública; c) Os empresários compram a mão-de-obra dos trabalhadores e só pagam, via de regra, após 30 ou 35 dias, ou em quinzena em alguns casos; d) O Estado que se apropria de quatro meses de nosso trabalho sob a rubrica de imposto é um grande vilão, juntamente com despudorados empresários nacionais e transnacionais que remetem seus lucros para o exterior através de mecanismos, expedientes e “empresas de fachada.
João Goulart foi derrubado quando quis impedir as remessas ilegais de lucros das transnacionais.
Desses aí devemos exigir todo por parte do Ministério Público do Trabalho, da Receita Federal, Ministério da Fazenda, da Polícia Federal e outros órgãos fiscalizadores.
Os trabalhadores, no mundo todo, e aqui no Brasil têm seus direitos ao trabalho e renda digna garantida na CF como cláusula pétrea.
Roubar e sonegar é crime! Cadeia nos colarinhos brancos!
Como cidadão e advogado isto é o que constato, penso e defendo!
Parabéns ao blog de extremo espírito cívico!
Saudações,
O Claro
Boa tarde Francisco,
ResponderExcluirMeu nome Ari e agradeço a voçe por esse tema. Estou iniciando minha monografia, cuja delimitação do tema é a "Manutençaõ do emprego". Falo dos autos custos e encargos do empregador e quanto à justiça do trabalho ser muito dura com o empregador. Se tiver algo mais nesse sentido e puder me enviar ficarei muito agradecido, pois será de grande valia. Se possivel, envie para o e-mail: miraiuai@yahoo.com.br parabéns pela matéria e obrigado.
Não poderia deixar de comprimentar o amigo Fernando Claro pela belíssima explanação em relação ao tema aqui em debate, faço das suas as minhas palavras amigo.
ResponderExcluirAgora gostasria de deixar uma pequena observação respeitando o direito e a liberdade de pensamento, em relação ao comentário do amigo Ari, gostaria de saber se voce é patrão amigo, pois só assim justificaria o seu comentário.
Abraçosss
Humberto de Mattos
Sou a favor de um reforma trabalhista que tire direitos de todos: tanto do trabalhador, como do empregador e também governo. Sem concessões de todos os lados não tem reforma! O que se pode esperar de um país onde as empresas pagam tributo por gerar emprego?
ResponderExcluirBoa Tarde, Francisco!
ResponderExcluirEstava justamente navegando na internet atrás de assunto como estes, pois sou aluna concluindo do curso de economia e é justamente sobre esse tema vou falar em minha monografia. Adorei o texto, gostaria de dicas de livros ou texto sobre o tema que seja de conhecimento do senhor. Muito Grata,
Rosangela Brandao
Brasil tem é que ter coraguem de planejar e executal ações certas ou eradas só assim saberemos se foi um acerto ou um erro. Ficar 4 0 10 pensando e discutindo um asunto desse é que não pode. Se acertar ok obrigado se errar se rapido na correção. Qualquer empresa sabe disso erra faz parte e consertar é necessario. Não ficar sentado esperando que algo aconteça em forma de magica. Um grande exemplo foi Japão, após a segunda guerra envistio em educação e reformas e é sucesso hoje.
ResponderExcluirAt. Inácio dos Santos
Coragem Brasil