Pular para o conteúdo principal

O PIB do Brasil em 2008

A economia brasileira em 2008 teve uma mudança radical do ritmo que vinha ocorrendo nos três primeiros trimestres. O último trimestre foi verdadeiramente cruel para a nossa economia. Isso foi fruto, principalmente, da forte diminuição do crédito e do forte desânimo que se abateu sobre a população e as empresas.


O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 5,1% e o PIB percapita (o PIB dividido pela quantidade de habitantes do Brasil no meio do ano) cresceu 4,0% em relação ao ano de 2007. O PIB em 2008 foi de R$ 2,9 trilhões e o PIB percapita foi de R$ 15.240,00. A taxa de investimento em nossa economia no ano passado foi de 19,0% do PIB, a mais alta desde o ano de 2000. A taxa de poupança da economia brasileira foi de 16,9% do PIB, sendo a mais baixa desde 2003.


O PIB pode ser medido por duas óticas: A ótica do Produto ou pela ótica da Despesa. Considerando em valores correntes, pela ótica do Produto o PIB brasileiro em 2008 foi dividido pelas seguintes áreas: Agropecuária – R$ 163,5 bilhões, correspondendo a 5,66% do PIB; Indústria – R$ 682,5 bilhões, 23,62% do PIB; Serviços – R$ 1,56 trilhão, 55,23% do PIB. O somatório desses três componentes do PIB é chamado de Valor Adicionado a Preços Básicos e que totaliza R$ 2,44 trilhões. Incluindo os impostos sobre produtos no valor de R$ 448, 67 bilhões, tem-se o valor total do PIB no ano de 2009. Olhando o PIB pelo lado das despesas, tem-se: Consumo das famílias – R$ 1,75 trilhão (60,68% do PIB); consumo da administração pública – R$ 584,4 bilhões (20,22% do PIB); investimento – R$ 548,76 bilhões (18,99% do PIB); exportações menos importações de bens e serviços – R$ 4,8 bilhões (0,17% do PIB) e Variação de estoques – menos R$ 1,7 bilhões (-0,06% do PIB).


As taxas de crescimento por componente foram as seguintes: a agropecuária aumentou 5,8%, serviços (4,8%) e a indústria (4,3%). Os aumentos nessas áreas foram: trigo (47,5%), café em grãos (25,0%), construção civil (8,0%), serviços bancários (9,1%). Pelo lado da despesa, o consumo das famílias aumentou 5,4%, a administração pública aumentou 5,6% e os investimentos aumentaram 13,8% tudo em comparação com o ano de 2007.


Todos esses aumentos verificados quando se considera o ano todo, foram totalmente diferentes das variações no último trimestre do ano. Nos últimos três meses, a nossa economia diminuiu 3,6% em relação ao trimestre anterior, mas aumentou 1,3% em comparação com o último trimestre de 2007. Neste último trimestre de 2008, a indústria diminuiu 7,4% em ralação ao trimestre anterior, os serviços e a agropecuária diminuíram, respectivamente, 0,4% e 0,5% com relação ao trimestre anterior. Observa-se que o grande vilão dessa diminuição verificada no final do ano passado foi a indústria, os serviços e a agropecuária quase que não diminuíram.


Como se viu nos números acima, a nossa economia estava caminhando para crescer 7 ou 8%, mas a queda brusca ocorrida no final do ano impediu isso, mesmo assim, nos deu uma taxa bastante razoável considerando o ano como um todo. Devemos confessar que essa queda foi mais forte do que esperávamos, mas temos como consolo, pelos números que já estão surgindo, que a economia já estar dando mostras de que está se recuperando, levando-nos a crer que o pior já passou (pelo menos para a nossa economia) e que este ano de 2009 não será de recessão, mas de muitas batalhas e muitas vitórias em termos da economia brasileira. Apesar da possibilidade de um pouco de inflação nos últimos dias, está na hora do COPOM diminuir mais uma vez a taxa da SELIC, desta vez em dois pontos o que ajudaria muito a nossa economia. As taxas de juros iriam diminuir, o crédito expandiria mais, o governo ficaria com mais folga no seu orçamento (porque diminuiria os juros pagos sobre a dívida pública) para poder aumentar os seus investimentos, reanimando a economia. Os nossos tecnocratas do Banco Central deveriam pensar no nosso povo, baixando a taxa da SELIC na reunião desta semana.

Comentários

  1. Olá Francisco;

    Por favor, me corrija se eu estiver errada, claro que seria bom ter a taxa Selic reduzida, o que reflitiria de modo positivo na economia, mas se a taxa baixar, os juros também baixam e se os juros baixam, os lucros aumentam, até aí tudo bem, aisso pode fazer com que com as pessoas comecem a realizar investimentos e a comprar mais, o que aumentaria obviamente a inflação. E aí? Se isso ocorresse não deveríamos novamente nos preocupar? Essa pequena melhora econômica não seria engolida pela crise? Porque a crise pode ter um impacto menor agora, mas ainda existe.

    Abraços!

    ResponderExcluir
  2. Olá, Sandra!

    Com a queda na taxa SELIC (agora sabemos que hoje abaixou em 1,5 ponto percentual)tem vários efeitos positivos para ecnomia. Os principais são uma diminuição bastante grande no vaor que o governo para em juros da dívida pública, somente nisso, o governo poderia investir vários bilhões de reais gerando muitos milhares de empregos por todo o Brasil que por sua vez levaria à geração de novos empregos porque os empregados dos iinvestimentos do governo passariam a consumir levando as empresa a aumentar a sua produção e a contratar mais gente.

    Com a taxa SELIC mais baixa, muita gente deixaria de comprar títulos do governo e passariam a emprestar as empresas, aumentando o crédito, tão em falta nos últimos meses, e deixando-o mais barato. Esse aumento do crédito seria tanto para as empresas quanto para os consumidores levando à expansão do consumo e, consequentemente, da economia e do emprego.

    O cuidado com a inflação deve ser permanente, não se deve descuidar em nenhum momento. Entretanto, com a demanda muito baixa a inflação não é uma ameaça a curto prazo para a nossa economia, considerando também que os preços dos produtos exportáveis também estão bem baixo.

    Abraços

    Francisco Castro

    ResponderExcluir
  3. O BC deveria ter baixado a taxa ainda mais. infelizmente os caras insistem em pregar a "independência" e "só para contrariar" reduziu ainda muito pouco os juros. Somos a nação com as maiores taxas e, pelo jeito, isso ainda será uma verdade por muito tempo.

    ResponderExcluir
  4. oi
    francisco
    eu não tenho nenhuma informação que vai te ajudar
    mas seu blog mi ajudou a fazer uma pesquisa de escola ....adorei foi muito bom
    e voce não sabe mi informa como era a ecocomia desde 2000?
    valeu

    ResponderExcluir
  5. Caro Francisco,

    De antemão, parabenizo pelo Blog por utilizar palavras de fácil entendimento, fugindo dos jargões econômicos que tanto "espantam" as pessoas. Sou seu colega de profissão, apesar de não atuar como economista. Gostaria de sua opinião referente à questão dos juros: "A economia brasileira atual é bem diferente das décadas passadas (...70, 80 e até 94) quando nessas épocas a economia era fechada e priorizava-se o que era produzido internamente. Com a abertura da economia - a partir de 1.992 - acirrou bastante a concorrência, multiplicaram-se as marcas nos diversos segmentos - principalmente no varejo - e o que vemos hoje são as empresas fazendo uma "ginástica" muito grande para conquistarem fatias de mercado e pq não dizer se manterem no mercado. A capacidade produtiva hoje é imensa, temos facilidade de acesso a produtos importados, as margens de contribuição das empresas achataram-se bastante, não há controle de preços por parte do governo e uma inflação de demanda hoje é praticamente impossível. Sendo assim, pq o BC é tão "medroso" em baixar as taxas de juros ?? Há outras razões para o BC segurar tanto a Selic???

    ResponderExcluir
  6. francisco,
    comparei os dados do seu texto com a tabela publicada no site do ibge

    http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1330&id_pagina=1

    tabela iii.2

    não sou economista e queria saber por que os teus números não fecham com os do ibge.

    ResponderExcluir
  7. Ola Francisco...

    Tenho uma duvida, para especialista como voce, sera muito simples responder.

    Seguinte, é publicado do PIB de cada estado Brasileiro?

    É que estou precisando fazer uma analise, tendo como referencia o PIB de cada estado (de 2008 e 2009), estou pesquisando na internet, mas so encontro de anos anteriores.

    Voce conhece algum site em que posso ter essa resposta, ou voce, teria essa resposta?

    Fico no aguardo.

    Muitissimo obrigada!!!!

    ResponderExcluir
  8. Olá Francisco, sou professora de Geografia e Sociologia no ensino Médio em Iporá Goiás, por acaso encontrei seu blog numa pesquisa sobre o pib brasileiro, e achei muito importante as declarações que vc colocou, me ajudou a esclarecer muita dúvida sobre o assunto, pena que o pib percapita é assim so no papel.
    Parabéns..........

    ResponderExcluir
  9. Francisco, parabens pelo Blog,muito enriquecedor, preciso de uma informação,dos 2,9 tri do PIB 2008,quanto reoresentou o SFN ( 5,3% mesmo )?

    ResponderExcluir
  10. Ola Francisco, sou universitaria e estou cursando Comercio Exterior, adoro a aula de Economia, estou muito interessada neste assunto e gostando muito...nao se se pode me ajudar, mas preciso saber se ja saiu sobre o PIB 2009,se vc puder me ajudar ficarei grata...obrigada por nos passar tantas informaçoes importantes nos faz estudar e se preocupar cada vez mais com o nosso Brasil...abs

    ResponderExcluir
  11. Pô Francisco, até qando os economistas brasileiros acreditarão no Des Consumismo, produção em escala e estas coisas? Para ficar gerando emprego assalariado (mal remunerado), que no fundo serve para aumentar o consumismo e manter este círculo vicioso? Daí temos de tirar o pessoal da roça, plantar mais soja, desmatar bosques, etc, e por aí vai. O Japão entrou nas guerras porque o crescimento dele era maior que a oferta que podia realizar em seu própio território. Não seria hora de pararmos um pouco com esta loucura? E o tal do sustentável? Não existe?

    ResponderExcluir
  12. esse saite naum mostra nada que eu quero que probrezaaaaaaaaaaaaaaaaaa

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Colunista do Globo diz que Bolsonaro tentará golpe violento em 7 de setembro. Alguém duvida?

Em sua coluna publicada neste sábado (11) no  jornal O Globo , Ascânio Seleme afirma que, "se as pesquisas continuarem mostrando que o crescimento de Lula se consolida, aumentando a possibilidade de vitória já no primeiro turno eleitoral, Jair Bolsonaro vai antecipar sua tentativa de golpe para o dia 7 de setembro".  I nscreva-se no Canal  Francisco Castro Política e Econom ia "Será uma nova setembrada, como a do ano passado, mas desta vez com mais violência e sem freios. Não tenha dúvida de que o presidente do Brasil vai incentivar a invasão do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. De maneira mais clara e direta do que em 2021. Mas, desde já é bom que ele saiba que não vai dar certo. Pior. Além de errado, vai significar o fim de sua carreira política e muito provavelmente o seu encarceramento", afirmou Seleme.  O colunista lembrou que, "em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha, disse que n...

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO NO RENDIMENTO DO SALÁRIO

É indiscutível a importância do estudo para alavancar o rendimento e a produtividade do trabalho das pessoas, mas ainda não tínhamos uma medida exata para o mercado brasileiro da contribuição da educação para o rendimento do trabalho. No início de outubro deste ano, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ) publicou um trabalho em que são apresentadas informações relevantes a respeito da influência do estudo no rendimento do trabalho ou o retorno no investimento em capital humano. Existe uma diferença entre o capital humano geral caracterizado como o aprendizado no ensino fundamental, médio e superior e o capital humano específico que o indivíduo adquire através de sua experiência profissional e cursos específicos. O último é perdido, ao menos em parte, quando o indivíduo passa a exercer outra atividade bem diferente da que exercia, enquanto que o primeiro tipo de capital humano só é perdido com a morte do indivíduo. Em analisando pessoas do mesmo sexo, raça, idade e localid...

Veja em que trabalha e quanto ganha a filha da presidente Dilma Rousseff

Paula Rousseff desfila com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato em 1º de janeiro Marcelo Camargo/Agência Brasil Casada, 39 anos, mãe e procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Essa é Paula Rousseff Araújo, que, como o sobrenome famoso já entrega, é filha da presidente Dilma Rousseff. Ela é discreta, evita se expor publicamente e, em geral, só é vista em algumas solenidades oficiais da mãe, como no primeiro dia do ano, quando desfilou em carro aberto com Dilma na cerimônia de posse do segundo mandato da presidente. Paula Rousseff entrou no MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Sul em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20 e exerce a função em Porto Alegre. Funcionários do MPT evitam dar detalhes sobre o comportamento da colega de trabalho, muito menos se atrevem a confirmar se a filha herdou o comportamento linha dura conhecido da mãe. “Ela tem fama de ser uma procuradora muito comp...