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CRIAÇÃO DE MAIS ESTADOS NO BRASIL: ESSA IDÉIA DEVERIA SER REPENSADA

As pessoas, a sociedade, as regiões, as cidades, os países e os estados vivem em constantes mutações. Disto, leva á necessidade de criação, divisão, junção ou outras formas de mudanças de municípios, estados e países. No caso específico brasileiro, já ocorreram a criação de diversos municípios e alguns estados no decorrer dos últimos cem anos. Atualmente, existem projetos de criação de diversos estados no território brasileiro. Entretanto, com a criação de mais um ente da federação cria-se um gasto que dependo do porte do novo ente pode ser extremamente alto. Qual o custo da criação desses estados para o setor público brasileiro?


Para iniciar a análise é conveniente verificar o gasto realizado por cada estado em relação ao seu respectivo PIB (Produto Interno Bruto): AC (37,27%), AM (15,76%), AP (30,69%), PA (14,54%), RO (19,49%), RR (32,62%), TO (27,59%), AL (22,08%), BA (15,78%), CE (18,30%), MA (14,93%), PB (21,50%), PE (18,70%), PI (23,28%), RN (21,30%), SE (21,50%), ES (14,57%), MG (13,13%), RJ (12,23%), SP (10,45%), PR (10,70%), RS (12,18%), SC (10,50%), DF (8,51%), GO (15,33%), MS (19,17%), MT (14,35%). Esses números que são do ano de 2005, mostram claramente que os estados das regiões Sul e Sudeste têm um custo muito menor em termos de riqueza gerada em seu território do que os estados das outras três regiões. Esses estados mais ricos além de terem condições de investirem mais podem cobrar menos impostos em relação à produção, como por exemplo o ICMS que nos estados do Sul e do Sudeste é bem menor do que nos outros estados.


Desde 1998 passaram pelo Congresso Nacional 16 projetos de lei visando a criação de estados nas mais diversas regiões brasileiras. Desses, 14 foram arquivados e dois continuam em tramitação. Os arquivados visavam a criação dos seguintes estados: Juruá, Madeira, Rio Negro, Solimões e Uirapuru todos no estado do Amazonas; Minas do Norte em Minas Gerais, Araguaia, Aripuanã e Mato Grosso do Norte todos no estado do Mato Grosso; Carajás, Tapajós e Xingu no estado do Pará e São Paulo do Leste e São Paulo do Sul no estado de São Paulo. Os que ainda estão em tramitação são os estados do Rio São Francisco na Bahia e o estado do Triângulo no estado de Minas Gerais. Para esses dois últimos foi estimado um gasto de, respectivamente, 29,12% e 13,21% em relação ao PIB de cada um. Entretanto, dos 14 projetos arquivados, em 7 os gastos estimados ultrapassavam 100% do PIB, totalmente inviável do ponto de vista econômico.


Como ainda estão em tramitação, os que são de interesse são os estado do São Francisco e do Triângulo. O estado do São Francisco corresponderia a 30% do território do estado da Bahia, com um PIB correspondente a 6% do estado e uma população também correspondente a 6% da população da Bahia. Essa divisão aumentaria os gastos públicos em 5,78% em ralação da existência de um único estado. O estado do Triângulo corresponderia a 11% da população, 16,5% do PIB e a 15% da área do estado de Minas Gerais. A divisão do Estado de Minas Gerais elevaria os gastos públicos em 3,44% em comparação com os gastos do estado sem a divisão.


A criação de estados, com visto acima, aumenta os gastos públicos e nem sempre vem acompanhado de eficiência nas atividades dos agentes públicos em prol da população. Em cada estado são criados diversos cargos tanto no executivo como no legislativo e no judiciário que, certamente, os ganhos para a sociedade são muito inferiores ao aumento dos custos provocado pela contratação ou eleição desses agentes públicos. Com a agilidade, eficiência e facilidade da informática e outros meios telemáticos, os estados poderiam ser muito mais eficientes se as suas repartições e seus cidadãos fossem providos com esses meios tecnológicos. A eficiência seria muito maior e os custos muito menores do que a criação de novos estados.

Comentários

  1. Francisco,
    È impressionante como nossos políticos são criativos,quando o assunto se refere á concessão de mais mordomias para eles mesmos.
    Eles sonham em um dia proximo serem eleitos para senadores e deputados com os votos das suas familias apenas,que bom seria(para eles)viver...
    È um assunto que deve levantar um intenso questionamento popular ,chega á ser uma ofensa á nossa inteligência(se é que temos,afinal,os elegemos).
    Um forte abraço,amigo e parabéns por levantar esse assunto que corre silenciosamente pelos escuros corredores do poder.

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  2. Pois é.A criatividade de nossos politicos chega a me encabular.
    O que eles querem é mais mamata e assim até eu seria uma ótima ministra ou algo do tipo.
    Agir pensando nos nossos é sempre mais fácil.
    Acredito que esse assunto ainda levantara muita polemica.Aguardemos.

    Muito obrigada pela visita.Volte sempre...

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  3. Francisco,
    Se todos estes estados forem criados vão ter que construir uma nova sede para o Senado e para Câmara dos deputados. Será que já tem projeto para isto ? Já pensou que maravilha este monte de senadores e deputados vivendo a nossas custas ? Acho que está na hora de criarem o Estado da Vergonha na Cara.
    Abraços

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  4. È Francisco mais Estados no Brasil vai ficar mais fácil roubar dinheiro do povo brasileiro.
    Contas super faturadas e dinheiro no bolso deles e o sálario mínimo????
    E o pior disso tudo que o povo aceito na boa esse tipos de atitudes.
    Um Grande Abraço.

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  5. Francisco, estava vendo meus blogs, seu comentário muito amável no dia 29/12/08. Desculpa o atraso em falar alguma coisa, ainda estou enrolada.. não entendo o mecanismo (rsrssrss). Acho que tenho direito a prazo de experiência! rssss
    Bjssss e Obrigada.

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  6. Olá Francisco.
    Há correções a serem feitas em suas afirmações.
    Os Projetos de Decreto LEgislativo que autorizam a realização plebiscitária no Estado do Pará com o objetivo da criação dos Estados do Carajás e do Tapajós encontram-se na seguinte situação.

    Tapajós - PDC aprovado no Senado, aguardando pauta no Plenário da Câmara dos Deputados.

    Carajás - Aguarda pauta no Plenário da Câmara dos Deputados e pauta na CCJ do Senado.

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  7. Franciso, vc arrasa com os números, parabéns pelo seu blog.
    Acho muito imatura a idéia de se criar novos estados no Brasil, pois como vc já especificou iria elevar muito os gastos públicos. Pensou quantos novos cargos de deputados seriam criados,além de mais senadores...

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  8. Legal receber sua visita mais uma vez em nosso Blog! E muito obrigado, desejamos a você também, muito sucesso e grandes realizações nesse novo ano!
    Abraço!

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  9. Certamente, a criação de mais estados serviria para satisfazer ambições político-partidárias e de modo algum seria um serviço à nação brasileira.
    Meus cumprimentos por tão pertinente assunto.

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  10. A ideia de criar nova cidade ou novo estado é sempre para arranjar colocação para os políticos, o povo nunca é beneficiado e sim prejudicado, pois se aumenta os gastos vai diminuir os serviços ou aumentar os impostos.

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  11. Vim para agradecer sua visita ao meu blog. Obrigada.

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  12. Mais Estados no Brasil significa mais políticos, mais corrupção, mais desmatamento e com essa medida certamente a extinção da Floresta Amazônica que está prevista para 2080, será antecipada em vários anos.
    Nossas próximas gerações sofrerão as consequencias dos atos impensados dessa corja que hoje governa o país.
    Surge aqui uma idéia: Ao invés de criar mais Estados, que tal seguir o caminho inverso e anexar ao Rio Grande do Norte os Estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraiba assim diminuiríamos com alguns marajás corruptos do Nordeste.
    "Vamos orar pois só nos resta o apoio de Deus"

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  13. Daqui a pouco nosso país estará tão fragmentado que o número de políticos quase que igualará o número dos cidadãos votantes; o interessante disto é que o problema de distribuição de renda será minorado, né mermo?

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