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CRIAÇÃO DE EMPRESAS NO BRASIL

No Brasil, existem cerca de 5,7 milhões de empresas, entretanto, em torno 560.000 são entidades sem fins lucrativos e órgãos públicos. Em um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no qual tratou apenas de empresas propriamente ditas (excluindo entidades sem fins lucrativos e órgãos públicos), o número de empresas ativas apresentou um crescimento contínuo entre 2000 e 2006, passando de 3,7 milhões para 5,14 milhões. Ao ano, foram criadas, em média, 726.567 empresas e extintas 493.766, com saldo médio anual de 232.800 empresas. Em termos percentuais, com relação à quantidade de empresas ativas existentes em cada ano, a taxa média de abertura de empresas no Brasil, nesse período, foi de 16,9%, enquanto a de fechamento foi de 11,2%, representando um crescimento médio anual de 5,7% no total de empresas ativas no período. A taxa de abertura de empresas oscilou de 14,0%, em 2006, a 22,2%, em 2001, enquanto a de fechamento oscilou de 13,0%, em 2006, a 8,8%, em 2001.

Essas empresas criadas entre 2001 e 2006 foram responsáveis por 46,5% dos empregos formais gerados no mesmo período. De cada dez empregos formais criados pelas empresas novas (com até cinco anos), entre 2000 e 2006, em média, quatro foram no comércio, três nos outros tipos de serviços e três na indústria. Considerando o tamanho das empresas, em termos médios por ano, de cada 10 empregos gerados, cinco foram em microempresas, três em pequenas, um nas médias e um nas grandes. Isso mostra a força das micro e pequenas empresas na geração de empregos. Para o IBGE, a classificação dos tipos de empresas é de acordo com o número de pessoas ocupadas, conforme descrito a seguir: de 1 a 9 pessoas ocupadas – microempresas; de 10 a 49 pessoas ocupadas - pequenas empresas; de 50 a 249 pessoas ocupadas - médias empresas; e de 250 e mais pessoas ocupadas - grandes empresas.

No ano de 2006, todas as empresas objeto do trabalho do IBGE ocupavam 30,2 milhões de pessoas, sendo 23,3 milhões,77,2%, de assalariadas. Elas pagaram R$ 324,5 bilhões em salários e outras remunerações, correspondendo a um salário médio mensal de R$ 1.072,00, ou 3,2 salários mínimos mensais. O estudo revelou que 92,2% delas eram microempresas, 40,6% eram novas (com até 5 anos de idade) e mais da metade (53,4%) pertenciam ao setor do comércio, seguido pelas atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (12,7%) e pelas indústrias de transformação (10,3%). O número médio de ocupados por empresa foi de 6 pessoas, sendo 5 como assalariadas, que recebiam em média, 3,2 salários mínimos mensais, conforme visto acima.


Tabela - Número de empresas criadas, extintas e o saldo anual


Ano

Empresas

Ativas

Criadas

Extintas

Saldo Anual

Média


726.567

493.766

232.800

2000

3.736.766

639.526

414.138

225.388

2001

4.235.793

829.302

330.276

499.026

2002

4.494.784

720.406

461.415

258.991

2003

4.659.594

677.202

512.392

164.810

2004

4.846.609

716.603

529.588

187.015

2005

5.094.572

792.030

544.067

247.963

2006

5.140.951

710.868

664.489

46.379


Esse mesmo estudo revelou que a taxa de sobrevivência das empresas brasileiras no período compreendido entre os anos de 2004 e 2006 situou-se em 81,0%, ou seja, de cada 100 empresas abertas, 81 continuavam abertas e 19 foram fechadas. As taxas de sobrevida das empresas dependem do setor no qual estejam inseridas. As taxas eram mais elevadas nos setores de educação e saúde e serviços sociais, 87,7% e 86,6%, respectivamente, enquanto as mais baixas foram observadas em alojamento e alimentação e em atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas, com 78,5% em ambas as atividades, e em produção, distribuição de eletricidade, gás e água, com 76,9%.


As grandes empresas representavam uma pequena parcela do número total de empresa (0,2%), porém absorviam 32,0% das pessoas ocupadas, 41,4% das pessoas assalariadas e pagaram 57,7% do total de salários e outras remunerações no ano. Os menores salários eram pagos pelas microempresas, R$ 654 (1,9 salário mínimo mensal), enquanto os maiores pelas grandes empresas, R$ 1.494 (4,4 salários mínimos mensais), uma diferença de 128,4%. As grandes empresas pagaram salários 39,4% acima da média nacional. Em relação à idade das empresas ativas em 2006, 40,6% eram novas (com até cinco anos), enquanto 39,2% tinham 10 anos ou mais.

O que foi visto acima demonstra que incentivar a criação de pequenas e médias empresas é uma das formas mais eficientes de geração de emprego e renda no Brasil. Apesar do número de empresas que sobrevivem nos anos seguintes à abertura ser bem superior ao das empresas que são obrigadas a fecharem (fecham as portas), é muito importante que os governos dêem assistências técnica e financeira para quem está em processo de abertura de empresa até que a estrutura econômica e financeira da mesma esteja solidificada. Caso houvesse essas assistências, certamente o número de empresas (principalmente, as micro e pequenas empresas) que são obrigadas a fecharem as portas seria muito menor e, conseqüentemente, um número maior de empregos seria gerado, muitos capitais não seriam inutilizados e muitos projetos de investimentos fracassados passariam a ser eficientes e lucrativos.

Comentários

  1. Obrigado pela visita e pelo comentário... Sobre meu blog, já foi melhor, só me falta tempo.
    Bom blog pra quem mexe com empresas o seu!

    ResponderExcluir
  2. Nssa obrigado! eu que sempre achei meu blog tão comum, posso ver agora que algum conteúdo ele tem :)
    O seu tbm é mto interessante, volte sempre!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Agradecendo a visita!!!
    O seu blog sim é interessante, pena eu ser ignorante em assuntos econômicos!!!
    De certo, seus artigos serão de grnade importância para eu poder expandir meus humildes conhecimentos.
    Se precisar de algum poema, é só deixar um recadinho!!!
    Gostei muito do seu Blog.
    Até

    ResponderExcluir
  5. Ola Francisco,
    Obrigada pelo comentário*

    Ao contrario do meu, o seu Blog é muito util. Só não entendo muito desse assunto, rs.
    Passei o link para o meu Tio, pois ele tb é economista e tem uma pequena empresa...

    Abraço
    ;)

    ResponderExcluir
  6. Hehh obrigada pela visita. Sabe que eu tenho um sério problema com Economia, foi bom vc ter aparecido! Hahaha
    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Boa tarde caro.
    Como pode ver, meu forte não é economia, mas vc entende do assunto...grata pela visita.

    ResponderExcluir
  8. Obrigado pela visita Francisco. Seja muito bem vindo. Estou a procura de criar minha empresa na área jurídica.

    ResponderExcluir
  9. Olá
    Com toda certeza seu Blog é muito melhor que o meu. Os assuntos abordados só acrescentam conhecimentos.
    Vale lembrar que a crise "efeito dominó" devido à globalização nos atingiu e ainda vai durar um certo tempo para reestruturar. Se olharmos desemprego, empresas como a Claro e a Camargo Correa redimensionaram o quadro de funcionários.
    Sem falar na aquisição, recente, do Banco do Brasil comprando o Banco Nossa Caixa. Não há, penso eu, como o BB absorver o quadro inteiro de funcionários, por volta de 15.000.

    Abraços

    Maria

    ResponderExcluir
  10. Obrigado Francisco pelo comentário.

    Abs,

    Mario

    ResponderExcluir
  11. Não sou um entusiasta da economia, mas não dá para ignorá-la. É como a Política: você pode até não gostar (meu caso também), mas faz parte do processo, querendo ou não.
    Pelo que o meu pouco conhecimento assimilou e pelo que se vê na mídia, não é preciso ser um genio de economia para perceber a importancia das medias e pequenas empresas, que trabalham enxutas, mas que geram divisas.
    MInha vida profissional foi sempre voltada ao Serviço Público. Uma opção. Prefiro a estabilidade do Serviço Público à instabilidade da iniciativa privada que fica sujeita a essas variações marcoeconômicas e de mercado.
    Se hoje é um bom momento para as empresas de porte menos expressivo, vamos comemorar. Mas esses "momentos" passam e empresas fecham na mesma proporção que abrem, quando as condições lhe são favoráveis. E essa mão-de-obra, pra onde vai?
    Por isso não quero fazer parte dela, e prefiro os modestos salários da "Coisa Pública", que são seguros e não estão sujeitos à variação cambial, ou à geada nas plantações de laranjas da California.
    Grande abraço, meu amigo!
    Desculpe! (isso não é um comentário, já é quase um post...)

    ResponderExcluir
  12. oi td bem? naõ querendo abusar, vc poderia me tirar umas duvidas sobre previdencia privada? obrigada beijoss!

    ResponderExcluir
  13. Oi!

    Tenho uma(s) pergunta(s) para a qual seria para mim muito importante obter uma resposta credível e informada. Embora a questão possa parecer redutora, ela está directamente ligada a um projecto de vida, que poderei, mais tarde discutir.
    Aqui vai a questão: Tendo em conta a realidade de vida do cidadão brasileiro no Brasil, designadamente, o padrão normal de rendimentos (excluam-se as situações de pobreza)em 2009, em que patamar sócio-económico seria enquadrado um indivíduo solteiro com um rendimento mensal de 3.700 Reais depois de impostos? Admita-se que este indivíduo teria de alugar casa ou ap de bom nível. Será que poderia também ter um carro razoável, uma vida social activa, com acesso relativo a programas culturais (cinema, teatro, outros...)?
    Ficaria muito grato por uma resposta.
    Cumprimentos
    Miguel

    ResponderExcluir

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