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O PROBLEMA DO TRÂNSITO NAS CIDADES BRASILEIRAS

O dia-a-dia do trânsito nas nossas médias e grandes cidades realmente chega a ser uma calamidade. Onde muito tempo e dinheiro são perdidos por conta de horas em congestionamentos. Horas de trabalho ou lazer são desperdiçadas e muito dinheiro é gasto inutilmente com gastos de combustíveis e peças de veículos em razão do trânsito muito lento ou parado.

Atualmente existe um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional, o PL nº 1.687, no qual são tratados três grandes áreas do trânsito. O primeiro grande eixo tratado nesse PL é priorizar o transporte público em detrimento ao particular e também incentivar o transporte não-motorizado em detrimento do motorizado. Em segundo lugar, vincula o planejamento urbano ao sistema de transporte, desta forma, as cidades passam a crescer com o sistema de transporte ordenado. E por último, esse PL tem como idéia central o uso racional do uso do automóvel.

Hoje não há legislação específica que determine a diminuição de distâncias e tempo de intervalos bem como o problema de acessibilidade como os deficientes. A idéia fundamental é priorizar o transporte público.

Segundo estudo do IPEA, cerca de 20% dos usuários das vias públicas, principalmente nas grandes cidades, são responsáveis pela ocupação de 80% das mesmas. Este problema é causado por diversos fatores, mas os principais são os seguintes: historicamente o país priorizou o transporte particular com os incentivos às montadoras e aos consumidores para adquirir o seu automóvel, péssimas condições de uso da maioria dos meios de transporte público como trens e ônibus e o péssimo ordenamento das cidades no que tange às vias públicas e grandes distancias entre as residências e os locais de trabalhos.

Segundo esse mesmo estudo do IPEA, a cada ano os carros particulares, táxis e motocicletas obtêm subsídios em torno de R$ 20,0 bilhões, correspondentes a 86,0% de todo o subsídio dado ao sistema de transporte pelas três esferas de governo. Por outro lado, o transporte público tem subsídios anuais em torno de R$ 3,0 bilhões, correspondentes a 14,0%.

Com esse PL, tende a inverter as prioridades. Deve ser incentivado com toda ênfase o uso do transporte público, melhorando-o além de outras medidas extremamente necessárias para diminuir uma das maiores mazelas da sociedade na atualidade.

Abaixo estão relacionadas as proporções de carros e ônibus em algumas cidades brasileiras. Belo Horizonte: 77% de carros e 23% de ônibus; Brasília: 91% de carros e 9% de ônibus; Porto Alegre: 69% de carros e 31% de ônibus; Recife: 84% de carros e 16% de ônibus; Rio de Janeiro: 74% de carros e 26% de ônibus; São Paulo: 88% de carros e 12% de ônibus e Curitiba: 79% de carros e 21% de ônibus.

É evidente que devem ser tomadas decisões urgentemente que levem a diminuir o sofrimento da população em seus deslocamento nas cidades brasileiras. Atualmente é um sacrifício grande quando temos que sairmos de casa e precisamos entrar nas vias públicas, seja de carro ou de ônibus.

Independente do sucesso na aprovação do PL nº 1.687 no Congresso Nacional, é premente que sejam implementadas algumas medidas, tais como: Alargamento das vias principais nas cidades, incentivar as pessoas a usarem o transporte público, dar exclusividades em algumas faixas para ônibus, diminuir os incentivos financeiros para o transporte particular e aumentar para o transporte público, incentivar a geração de emprego próximos a grande número de residências e investir pesadamente em transporte ferroviário (trens e metrôs).

Com essas medidas, certamente o trânsito nas nossas vias públicas seria amenizado de forma sensível e melhoraria a vida de todos que utilizam o transporte, seja em carro ou em ônibus. Isso terá um custo financeiro muito grande, mas realmente no atual estágio não tem outra saída. Para implantar essas medidas é necessária vontade política de toda a população brasileira.

Comentários

  1. concordo com voce Francisco, acho mesmo que teríamos que fazer uma pequena revolução no que tange transporte urbanos.....é doloroso ver as pessoas da periferia ter que acordar as 3 horas da manhã para poder se deslocar ao seu serviço.....para mim o que resolveria mesmo o caos no transporte brasileiro , seria uma reformulação quanto a "industria" do transporte coletivo.....

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  2. É o Brasil caminhando e cantando na contramão. Quando JK trouxe a indústria automobilística para o país, era necessário fazer estradas, o país precisava não só fabricar, mas também comprar automóveis e caminhões. Com o regime militar instaurado começou o desmonte do sistema ferroviário, relegado ao abandono. As ferrovias foram sucateadas. O Brasil deveria entrar para o livro dos records como o maior pátio de ferro velho a céu aberto do mundo. Uma vergonha!

    Um abraço

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  3. Olá, Francisco
    Certamente o país deveria investir mais nos transportes públicos, que hoje, principalmente aqui em São Paulo, deixam muitas vezes de ser usados devido à sua precariedade - ônibus lotados, menos veículos circulando nos finais de semana, falta de outras alternativas (trens / metrôs suficientes), entre outros inconvenientes.

    Gostei bastante do seu blog, principalmente pela profundidade na abordagem dos temas!

    Forte abraço

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  4. No teu blog fico a conhecer o outro lado do teu país!
    Um abraço...

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